terça-feira, 15 de setembro de 2009

Revista Escrita chega na oitava edição

Escrita chega na oitava edição com muita crítica, arte e reflexão


Ser um canal de expressão de gente que, profissional das artes ou não, coloca suas inquietações e anseios com maestria singular. Com este propósito a Revista Escrita chega à sua oitava edição. Gravuras, fotografias, crônicas, contos e poesias narram estórias e sonhos de pessoas que habitam diferentes pontos do globo, mas que unem seus devaneios nas páginas da revista.

Servente de pedreiro, poeta, estudante, desenhista, jornalista, servidor público, músico, artista plástico e fotografo são alguns dos profissionais que colaboram para a edição. Os textos e imagens são temperados com reflexões, críticas e (in)certezas do mundo, do cotidiano, das pessoas, do futuro. É como está estampado na página de abertura da revista 8, onde a poesia da paranaense Alice Ruiz empresta sua musicalidade para lembrar: "...tem palavra louca pra ser dita, feia, bonita, e não se fala. Tem palavra pra quem não diz, pra quem não cala..."

De autores consagrados, Escrita também resgata o resultado de uma parceria criada por contemporâneos de Ruiz, ainda na década de 70. O conto "Ossos do Ofício", de Fábio Campana, finalmente recebe os desenhos criados, à época, especialmente para ilustrá-lo pelo pintor curitibano Rogério Dias. Mais de trinta anos depois e inéditos, eles finalmente também passam a contar uma história curiosa de futebol e brasilidade.

IGUAÇUENSES - A revista Escrita tem sempre o seu recheio iguaçuense. Luciana Chiyo é uma das participantes desta proposta cultural. A fotografia da veterinária ilustra a capa da revista. O retrato é fruto da oficina de fotografia realizada pela Associação Guatá no primeiro semestre deste ano. Para Luciana, aliar o hobby de fotografar com a paixão pela observação de aves de vida livre tem sido uma experiência muito gratificante. Um outro iguaçuense, Dilson Paulo, representa a movimentação dos seres humanos em busca de lugar perfeito “Esse desenho eu fiz na década de 80, via as pessoas indo embora, outras chegando. Outra coisa, você pode ver que meu traço é bem simples. Tenho uma preocupação com a coletividade”. Dilson é artista plástico e servidor público em Foz do Iguaçu. Essa temática social o fez vizinho das poesias do jornalista Gilmar Piolla no miolo da edição.

No seio desta edição, além de toda essa diversidade artística, o leitor encontrará preocupações com o processo cultural em si em três artigos. No primeiro, Wemerson Augusto registra a importância dos 20 anos de existência da Livraria Kunda, a mais antiga de Foz do iguaçu e que mantém compromissos bem nítidos com a democratização da cultural iguaçuense. Já o poeta e arquiteto baiano, Almandrade, discute a idéia de cultura dentro do planejamento das cidades. Questiona entre outras coisas se a finalidade desta nos projetos burocráticos não é apenas mais um produto a ser adaptado consumido. Finalmente, na seção Um toque, a portoalegrense Vania Piorezan trata da criação artística no processo educacional.

A VIABILIZAÇÃO - A Revista Escrita é assim um mosaico criado graças a colaboradores como os já citados. No entanto, sua concretização a cada número aposta também na sensibilidade daqueles que acreditam que a cultura sirva para efetuar mudanças na cidade em que vivem e empreendem suas atividades.

Eliandro Avancini, por exemplo, é um professor da rede estadual que, além de se utilizar de cada edição para discutir arte e expressão literária com seus alunos, auxilia na venda avulsa de exemplares para seu núcleo mais restrito de vivência. "É um esforço pequeno, mas simboliza a nossa simpatia por ações que popularizam a cultura", diz ele.

O empresário Luciano Leite é outro leitor que virou entusiasta do projeto. Luciano é um dos proprietários das Óticas Lunelli, parceira de primeira hora da Escrita. Para ele, a contribuição é uma forma de manter viva a chama da cultura local. “Apoio não só porque a nossa empresa será relacionada ao incentivo à cultura, num bom apelo de marketing. Mas mais do que isso, eu tenho o prazer em poder colaborar, por que eu gosto da revista. Tenho o hábito e prazer pela leitura, quero que mais pessoas também possam sentir o mesmo”, revela.

A edição 8 da revista Escrita pode ser adquirida na Livraria Kunda, Banca Caruso, Sebo Foz e Sebo Cultural, Restaurante Boa Mesa, Restaurante Dell´Atos, Bar Zeppelin, Bar Casulo ou, ainda, sob pedidos diretos à Associação Guatá, através do email guata@guata.com.br. O preço de cada exemplar é de R$ 5,00.

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