quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Paranaenses vencem Prêmio Jabuti 2011 de Contos e Crônicas e Reportagem

Os escritores paranaenses Dalton Trevisan e Laurentino Gomes foram agraciados, na tarde de segunda-feira (17/10), com o 53º. Jabuti, o mais antigo e prestigioso prêmio literário do país, concedido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) desde 1959.

Trevisan ganhou na categoria Contos e Crônicas, com Desgracida. O livro 1822, de Gomes, foi considerado o melhor livro-reportagem de 2011. Outra conquista relevante para a literatura paranaense foi a de José Castello, carioca que há 17 anos vive em Curitiba, e venceu a categoria Romance, com o livro Ribamar.

O governador Beto Richa parabenizou os escritores pelas premiações e destacou a importância das conquistas para a valorização da literatura no Estado. “O prêmio é um mérito pessoal, mas deve ser festejado por todos os paranaenses pelo valor cultural e pela expressão da conquista”, afirmou Richa.

Para o secretário de Estado da Cultura, Paulino Viapiana, o prêmio dá maior destaque à produção literária do Paraná. “É muito gratificante ver que mais uma vez temos grandes nomes figurando entre os vencedores do Jabuti. É uma honra e um reconhecimento importante da produção literária paranaense. Só podemos comemorar”, disse.

Este é o quarto Jabuti da carreira de Trevisan. Conhecido pela sua reclusão, o autor curitibano é considerado o maior contista vivo do Brasil. Desde 1959, quando fez sua estreia literária com Novelas nada exemplares, marcou a ferro quente seu nome na literatura Brasileira. Entre suas obras mais notáveis estão Cemitério de elefantes, O vampiro de Curitiba e Guerra conjugal.

Toda sua obra é permeada pela presença marcante de Curitiba, seja como pano de fundo para as tramas ou mesmo como personagem de contos antológicos, como “Cemitério de elefantes”. Desgracida, lançado em 2010, é dividido em duas partes: "Ministórias", com textos inéditos do escritor curitibano, e "Mal Traçadas Linhas", com cartas enviadas a amigos.

Autor do livro 1808, sobre a fuga da família real portuguesa para o Brasil, o escritor Laurentino Gomes ganhou, com 1822, seu segundo Prêmio Jabuti. Nascido em Maringá, o autor é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação em Administração pela Universidade de São Paulo.

Trabalhou como repórter e editor para o jornal O Estado de S. Paulo e a revista Veja e foi diretor da Editora Abril. É membro titular da Academia Paranaense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Castello é jornalista e escritor, colunista do suplemento Prosa & Verso, de O Globo, autor de "Vinicius de Moraes: O poeta da paixão" (1993), "Inventário das sombras" (1999) e "A literatura na poltrona" (2007).

O Prêmio – A edição 2011 do Jabuti passou por duas mudanças no regulamento. A primeira foi a ampliação no número de categorias, que subiu de 21 para 29. Além disso, nesta edição, cada categoria teve apenas um vencedor – antes, as três publicações mais bem votadas eram premiadas.

A última etapa do prêmio acontece no dia 30 de novembro, durante a cerimônia de premiação dos vencedores, quando também serão conhecidos o Livro do Ano Ficção e Livro do Ano Não Ficção, prêmio máximo do Jabuti. Dalton Trevisan, Laurentino Gomes e José Castello também concorrem nesta categoria.

Na foto: Dirigentes da UBT- Paraná e das UBT's- Curitiba e Bandeirantes,
além de membros da Academia de Letras de Paranavaí e Maringá, com Laurentino Gomes
na cidade de Maringá em junho de 2011

7 comentários:

Ivan disse...

Particularmente, não fico tão contente com a premiação ao Sr. Dalton Jérson Trevisan, pois em seu "Desgracida", o desgracido destrata com suma descortesia a poesia e a figura de Helena Kolody, evidenciando toda a sua deselegância (e talvez uma contaminação crítica do "amigo" Wilson Martins) -

mas tomara que o Sr. Dalton Jérson ganhe o prêmio maior, pois assim ele esnoba também a Câmara do Livro, pois é óbvio que nunca aparecerá pra receber o prêmio e ser fotografado (o que revelaria se ele tem ou não tem sombra...)

Simultaneidades disse...

Pois é Ivan, realmente é bem desgradável isto. Mas, de qualquer sorte não podemos deixar de divulgar o que é nosso.
abraços

Ivan disse...

Andréa:

obtemperando mais criticamente, o próprio Wilson Martins desqualifica a estupidez do Sr. Dalton Jérson quanto à qualidade da obra da sublime Helena Kolody.

E no fundo é apenas lamentável o mau gosto de um literato que (justiça seja feita) até que procurou (e continua procurando até hoje) ser um grande estilista da língua portuguesa, nos moldes de um Otto Lara Resende...

Mas a elegância que lhe falta, em seus arremedos de estilo conciso (lacônico, a título de enxuto) sobra em poetas do calibre de um Emiliano Perneta, ou mesmo de outro de nossos mais admiráveis autores: o ainda injustiçado Jamil Snege.

Vamos nos rejubilar, Andréa: a literatura feita no Paraná tem muitos valores, muito além daquele recluso da Ubaldino do Amaral.

Abraços,

Ivan

Simultaneidades disse...

Ivan,
Sinceramente não vou entrar neste tipo de discussão. Primeiro, pq. não acho que este seja o espaço adequado para tanto. Segundo pq. de modo geral concordo com tuas colocações, não obstante tenha alguns pontos com os quais eu não concorde. Em terceiro lugar ainda que eu particularmente não goste do trabalho do Dalton Trevisan, este espaço foi criado para divulgar os Paranaenses e sua obra.. então se um Paranaense recebeu um Prêmio Nacional ( ainda que eu não goste), será divulgado aqui.
Abraço,
Andréa

Ivan disse...

Está muito bem, Andréa - mas se este não for um espaço adequado para discussão, qual será?

A veia polêmica que eu quis injetar aqui tem essa motivação: incentivar discussões (debates talvez fosse uma palavra mais amena, mas sem entrechoque de ideias o diálogo fica monótono, não fica?) -

enfim, a discordância é própria de ambientes de reflexão - portanto fico feliz de ter provocado alguma contestação de sua parte, e acharia ótimo se este blog, além de sua função de divulgação, incorporasse naturalmente uma prática dialógica: no mínimo isso mostraria que existem leitores...

Cordialmente,

Ivan

Simultaneidades disse...

Ivan,
vou sinceramente pensar na criação de um espaço com tal objetivo.
Abraço.

Ivan disse...

Andréa:

peço que você tolere, mas já apareceu alguém vindo do Simultaneidades lá no meu blogue, então, tentando facilitar o trabalho, ponho um atalho aqui para a postagem mais recente, que tem muito a ver com esse nosso diálogo

(vale dizer que está longe de mim considerar qualquer pessoa um analfabeto informático - simplesmente tento ajudar e contribuir - e sem diálogo a cultura não respira:)

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