
O universo ficcional desse escritor paranaense acaba de ser reconhecido com o Prêmio Camões, o maior prêmio literário de língua portuguesa, pelo conjunto de sua obra. A honraria ajuda a consagrar o “Vampiro de Curitiba”, como ficou conhecido Dalton Trevisan, como um dos maiores escritores brasileiros. O júri justificou a escolha por considerar a Trevisan como sendo “o maior contista moderno do Brasil”.
Dalton Trevisan,
aos 20 anos,
segundo ilustração
de Poty Lazarotto
A trajetória de Dalton Trevisan no mundo das letras remonta aos primeiros anos da década de quarenta, quando publicava as suas críticas e materiais nas páginas da revista “Joaquim” (1946-1948), balançando as estruturas da canonizada literatura nacional ao questionar a obra de escritores do quilate de Monteiro Lobato, por exemplo. A revista abrigou a produção de escritores como Antonio Cândido, Mario de Andrade, Drummond, entre muitos outros. Neste período, Dalton Trevisan apresentava traduções de ícones da literatura, como Joyce, Proust e Kafka.
Antes de “Joaquim”, Trevisan havia esteado com dois livros, “Sonata ao Luar” e “Sete Anos de Pastor”, publicações até hoje ignoradas pelo próprio autor. Até hoje, o escritor publicou apena um romance, sob o título de “A polaquinha”.
Dalton Trevisan se lança para o grande público com livro “Novela nada exemplares”, de 1959. “Cemitério de elefantes”, “Noites de amor em Granada”, “Morte na praça”, “O vampiro de Curitiba” e “Guerra conjugal” são as obras de sua autoria que mais se destacam. Em 2011, venceu o Prêmio Jabuti com “Desgracida”, que concorreu na categoria contos e crônicas. Ao longo de sua vida, escreveu mais de 40 livros, que também ganharam edições internacionais, em vários idiomas.
O contista paranaense nasceu em 1925, em Curitiba. Formado em direito, já foi jornalista e crítico de cinema.
Desde as primeiras lavras, Curitiba é o cenário que empresta a sua geografia e fornece os tipos que formam as personagens dos textos de Dalton Trevisan. Em suas histórias, o autor mergulha fundo nas composições e improvisações com a língua, reposicionando a gramática para atender ao ambiente social e psicológico pelo qual irão transitar os protagonistas de seus contos e crônicas. As investidas de reinvenção do idioma propostas por Trevisan também servem para aproximar o leitor do texto lido, atualizando o falar das ruas e dos espaços não tão públicos assim, constantemente presentes em suas obras.
O anúncio do Prêmio Camões foi feito pelo Lisboa, pelo Secretário de Estado da Cultura de Portugal, Francisco Viegas. Com a honraria, concedida de forma unânime pela comissão julgadora, Dalton Trevisan irá receber 100 mil euros em premiação.
O Prêmio Camões foi instituído em 1989, sendo entregue, de forma alternada, a escritores do Brasil e de Portugal. O júri deste ano foi formado por Silviano Santiago, escritor brasileiro; Rosa Martelo, professora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Abel Barros Baptista, professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; João Paulo Borges Coelho, historiador e escritor moçambicano; Alcir Pécora, professor da Universidade de Campinas; e, Ana Paula Tavares, poetisa angolana.
aos 20 anos,
segundo ilustração
de Poty Lazarotto
A trajetória de Dalton Trevisan no mundo das letras remonta aos primeiros anos da década de quarenta, quando publicava as suas críticas e materiais nas páginas da revista “Joaquim” (1946-1948), balançando as estruturas da canonizada literatura nacional ao questionar a obra de escritores do quilate de Monteiro Lobato, por exemplo. A revista abrigou a produção de escritores como Antonio Cândido, Mario de Andrade, Drummond, entre muitos outros. Neste período, Dalton Trevisan apresentava traduções de ícones da literatura, como Joyce, Proust e Kafka.
Antes de “Joaquim”, Trevisan havia esteado com dois livros, “Sonata ao Luar” e “Sete Anos de Pastor”, publicações até hoje ignoradas pelo próprio autor. Até hoje, o escritor publicou apena um romance, sob o título de “A polaquinha”.
Dalton Trevisan se lança para o grande público com livro “Novela nada exemplares”, de 1959. “Cemitério de elefantes”, “Noites de amor em Granada”, “Morte na praça”, “O vampiro de Curitiba” e “Guerra conjugal” são as obras de sua autoria que mais se destacam. Em 2011, venceu o Prêmio Jabuti com “Desgracida”, que concorreu na categoria contos e crônicas. Ao longo de sua vida, escreveu mais de 40 livros, que também ganharam edições internacionais, em vários idiomas.

Desde as primeiras lavras, Curitiba é o cenário que empresta a sua geografia e fornece os tipos que formam as personagens dos textos de Dalton Trevisan. Em suas histórias, o autor mergulha fundo nas composições e improvisações com a língua, reposicionando a gramática para atender ao ambiente social e psicológico pelo qual irão transitar os protagonistas de seus contos e crônicas. As investidas de reinvenção do idioma propostas por Trevisan também servem para aproximar o leitor do texto lido, atualizando o falar das ruas e dos espaços não tão públicos assim, constantemente presentes em suas obras.
O anúncio do Prêmio Camões foi feito pelo Lisboa, pelo Secretário de Estado da Cultura de Portugal, Francisco Viegas. Com a honraria, concedida de forma unânime pela comissão julgadora, Dalton Trevisan irá receber 100 mil euros em premiação.
O Prêmio Camões foi instituído em 1989, sendo entregue, de forma alternada, a escritores do Brasil e de Portugal. O júri deste ano foi formado por Silviano Santiago, escritor brasileiro; Rosa Martelo, professora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Abel Barros Baptista, professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; João Paulo Borges Coelho, historiador e escritor moçambicano; Alcir Pécora, professor da Universidade de Campinas; e, Ana Paula Tavares, poetisa angolana.
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(Guatá/Paulo Bogler)
(Guatá/Paulo Bogler)
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