
Ser um canal de expressão de gente que, profissional das artes ou não, coloca suas inquietações e anseios com maestria singular. Com este propósito a Revista Escrita chega à sua oitava edição. Gravuras, fotografias, crônicas, contos e poesias narram estórias e sonhos de pessoas que habitam diferentes pontos do globo, mas que unem seus devaneios nas páginas da revista.
Servente de pedreiro, poeta, estudante, desenhista, jornalista, servidor público, músico, artista plástico e fotografo são alguns dos profissionais que colaboram para a edição. Os textos e imagens são temperados com reflexões, críticas e (in)certezas do mundo, do cotidiano, das pessoas, do futuro. É como está estampado na página de abertura da revista 8, onde a poesia da paranaense Alice Ruiz empresta sua musicalidade para lembrar: "...tem palavra louca pra ser dita, feia, bonita, e não se fala. Tem palavra pra quem não diz, pra quem não cala..."
De autores consagrados, Escrita também resgata o resultado de uma parceria criada por contemporâneos de Ruiz, ainda na década de 70. O conto "Ossos do Ofício", de Fábio Campana, finalmente recebe os desenhos criados, à época, especialmente para ilustrá-lo pelo pintor curitibano Rogério Dias. Mais de trinta anos depois e inéditos, eles finalmente também passam a contar uma história curiosa de futebol e brasilidade.

No seio desta edição, além de toda essa diversidade artística, o leitor encontrará preocupações com o processo cultural em si em três artigos. No primeiro, Wemerson Augusto registra a importância dos 20 anos de existência da Livraria Kunda, a mais antiga de Foz do iguaçu e que mantém compromissos bem nítidos com a democratização da cultural iguaçuense. Já o poeta e arquiteto baiano, Almandrade, discute a idéia de cultura dentro do planejamento das cidades. Questiona entre outras coisas se a finalidade desta nos projetos burocráticos não é apenas mais um produto a ser adaptado consumido. Finalmente, na seção Um toque, a portoalegrense Vania Piorezan trata da criação artística no processo educacional.
A VIABILIZAÇÃO - A Revista Escrita é assim um mosaico criado graças a colaboradores como os já citados. No entanto, sua concretização a cada número aposta também na sensibilidade daqueles que acreditam que a cultura sirva para efetuar mudanças na cidade em que vivem e empreendem suas atividades.
Eliandro Avancini, por exemplo, é um professor da rede estadual que, além de se utilizar de cada edição para discutir arte e expressão literária com seus alunos, auxilia na venda avulsa de exemplares para seu núcleo mais restrito de vivência. "É um esforço pequeno, mas simboliza a nossa simpatia por ações que popularizam a cultura", diz ele.
O empresário Luciano Leite é outro leitor que virou entusiasta do projeto. Luciano é um dos proprietários das Óticas Lunelli, parceira de primeira hora da Escrita. Para ele, a contribuição é uma forma de manter viva a chama da cultura local. “Apoio não só porque a nossa empresa será relacionada ao incentivo à cultura, num bom apelo de marketing. Mas mais do que isso, eu tenho o prazer em poder colaborar, por que eu gosto da revista. Tenho o hábito e prazer pela leitura, quero que mais pessoas também possam sentir o mesmo”, revela.
A edição 8 da revista Escrita pode ser adquirida na Livraria Kunda, Banca Caruso, Sebo Foz e Sebo Cultural, Restaurante Boa Mesa, Restaurante Dell´Atos, Bar Zeppelin, Bar Casulo ou, ainda, sob pedidos diretos à Associação Guatá, através do email guata@guata.com.br. O preço de cada exemplar é de R$ 5,00.
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