quinta-feira, 23 de abril de 2009

Blablablogue: crônicas e confissões


Ao lado, convite lançamento da antologia Blablablogue: Crônicas e Confissões, organizada por Nelson de Oliveira. São textos publicados em 21 blogues, selecionados pelo prazer de ler a boa literatura, segundo o organizador.
Data: 30 de maio de 2009
Horário: das 15h30 às 18h30
Local: Livraria Martins Fontes
Avenida Paulista, 509. São Paulo- SP


Blogueiros participantes: Ademir Assunção, Ana Paula Maia, Ana Rüsche, Andréa del Fuego, Bruna Beber, Cassy Dias, Claudio Brites, Claudio Daniel, Edson Cruz, Fábio Fernandes, Fabrício Carpinejar, Gabriela Kimura, Índigo, Ivana Arruda Leite, Laura Fuentes, Linaldo Guedes, Marcelino Freire, Marcelo Maluf, Marilia Kubota, Petê Rissatti e Rinaldo de Fernandes.


A palavra é febre.


Quem pegou o início desse fenômeno de comunicação que em pouco tempo se tornou a blogosfera sentiu em primeira mão um tipo diferente de febre. A febre da liberdade digital. Da democratização da palavra escrita.Essa febre, essa excitação, essa compulsão é tão contagiante que, uma década depois, o número de blogues no ciberespaço tem crescido de forma exponencial. Atualmente existem perto de 140 milhões de blogues e cerca de 120 mil são criados diariamente (1,4 por segundo).A maioria das pessoas utiliza os blogues como um diário pessoal, porém eles podem veicular qualquer tipo de conteúdo e ser usados para os mais diversos fins: artísticos, jornalísticos, científicos, políticos, religiosos, corporativos, comerciais etc. A blogosfera ampliou o mundo natural, social e mental.Como eu disse, a palavra é febre. Muitos a amam, muitos a odeiam. É verdade: tem gente que passa várias horas diárias cultivando seu espaço virtual. Mas tem gente que detesta a cultura blogueira.Além da possibilidade de interação quase instantânea com os visitantes, a grande diferença entre os blogues e a mídia tradicional, impressa, é a velocidade. Um artigo que levaria horas, dias ou semanas para ser publicado numa revista de papel pode estar disponível em poucos segundos para a leitura num blogue.O critério usado na seleção dos blogueiros cujos posts compõem este livro foi o mais subjetivo possível: meu gosto pessoal. Por ser escritor, eu preferi ceder a essa inclinação e ficar na deliciosa esfera da crônica e da confissão literária.Os vinte e um blogueiros convidados para participar desta antologia são todos escritores: onze veteranos de prestígio reconhecido, com livros já publicados, e dez bons estreantes a caminho do reconhecimento. A cada um deles eu pedi que selecionasse os melhores posts publicados nos respectivos blogues.O resultado: dezenas de crônicas e confissões de escritores deliciosamente febris. ( Nelson de Oliveira)
Marília Kubota é a única Paranaense participante da Antologia.


Marília Aiko Kubota (Paranaguá/PR, 1964) é escritora e jornalista. Estreou no jornal de literatura Nicolau, em 1991. Integrou as antologias Crônicas paranaenses (1999), Pindorama (2000), Passagens (2002), 8 Femmes (2007) e Antologia brasileira do início do terceiro milênio (2008), lançada em Portugal. Também publicou nos periódicos Gazeta do Povo, Medusa, Babel, Inimigo Rumor, Suplemento de Minas Gerais, Jornal Vaia, Zunái, entre outros. Desde 2005, orienta oficinas de criação literária e participa de outros eventos da Fundação Cultural de Curitiba. Participou de recitais, leituras dramáticas e debates em Curitiba, Londrina e São Paulo. Em 2008, organizou o Concurso Nacional de Haicai Nempuku Sato (Secretaria de Cultura do Paraná). Mantém o blogue Micropolis e trabalha com projetos de comunicação para a comunidade nipo-brasileira de Curitiba, onde reside.


Alguns Poemas de Marília:

Fogo Branco

Solidão. Tu tens o meu nome
Encerrado em teu baú.
Sabes que meu olhar é baço
Como a vidraça espancada pela chuva.
Envolta no lençol branco do silêncio
A chama da vela apaga aos poucos
E a imagem do Outro
Funde-se ao Nada


Kitchen

Acordamos um dentro do outro.
Não diga que apenas o idiota
Cobiça cordões de sapato e castiçais de ferro
Eu também,
E não nasci ontem.
Trouxe cinco pés de vento
Para desmanchar caracóis
De cabelo anjinho
Conheço os caminhos de seu corpo
Mais que as ruas da cidade
Quantos verões assassinados
Sem uma gota d'água
Na garganta seca


Ofélia

O meu eu foi escavado
Em seus olhos noturnos

Turno após turno
Galerias sufocantes

Abrir o quanto antes
O céu sonhado

Na pupila da papoula
Na papada do gigante



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Um comentário:

Marilia Kubota disse...

Andréa, valeu a força. Gostei também da homenagem especial. beijão,