O Centro Feminino Paranaense de Cultura em conjunto com a Academia Feminina de Letras, convidam para reunião em Homenagem à Pompília Lopes dos Santos.
Dia: 10/08/09
Hora: 15h
Local: Centro Feminino Paranaense de Cultura
Auditório Leonor Castellano
Rua Visconte de Rio Branco, n° 1717,Centro.
Curitiba/Paraná.
Pompília Lopes dos Santos nasceu em Curitiba, no dia 7 de agosto de 1900. Na Escola Normal, onde se formou,em 1918, já se destacava por seus recursos oratórios e intelectuais. Casou-se com o Professor Dario Nogueira dos Santos e em Paranaguá, onde lecionava francês, começou a publicar as primeiras crônicas e biografias nos jornais. Tornou-se pioneira em muitas frentes de iniciativas culturais, notadamente na fundação de entidades. Foi a primeira presidente da Academia Feminina de Letras do Paraná, do Clube Soroptimista Internacional de Curitiba, Sala do Poeta. Também foi a primeira mulher a ingressar na Academia Paranaense de Letras, quebrando velhos tabus. Desde menina manifestava inclinação pela literatura, por influência de notáveis mestres da sua geração.
Além de artigos e crônicas esparsos pela imprensa, publicou: “Literatura Infantil” (Estudo, 1944); Biografias de “Rachel Prado” (1953), “Azevedo Macedo” (1955), e “Georgina Mongruel” (1971); “Página de Saudade” (1955) e os quatro romances que constituem a parte nuclear da sua obra: “Afinidade” (1949 e 1951, 2edições), romance de tese; “A Fila Triste” (1951, 1956 e 1970, 3 edições), estudo sobre recuperação de egressos de penitenciárias; “Origens” (1961, 2 edições), romance histórico, que obteve o 1º prêmio em concurso promovido pelo Centro de Letras do Paraná; e “Caminhada – da Universidade a Itaipu” (1975), memórias.
Aplaudida como mestre e intelectual, a professora Pompília se destacava e era admirada também por sua forma de viver: bondade, compreensão, ternura, serenidade, desprendimento, são os traços marcantes da sua personalidade. Incentivadora dos novos. Andrade Muricy enalteceu o trabalho da querida professora. Disse ele: Na brilhante constelação de valores exponenciais femininos da inteligência brasileira, Pompília Lopes dos Santos conquistou bravamente posição relevante. Dum dinamismo inconfundível, é guiada por imaginação prestante e vivaz. Não conheço concepção romanesca mais singular e de tão instante sentido de humanidade, do que A FILA TRISTE, de inegável alcance de universalidade; e de mais amorosa intuição, movida de fidelidade retrospectiva às bases profundas da formação anímica de nossa gens, da complexa gens, paranaense, do que ORIGENS... No facetamento multímodo da obra de Pompília Lopes dos Santos encontramos biografias de personagens que foram como a da autora, a um só tempo diligentes até o heroísmo [...]e duma notória fecundidade intelectual.
Embora se considerasse prosadora, produziu muitos poemas, dentre os quais destaco:
Afinidade
Na imensidão da praia
há um bloco de granito,
solitário,
apontando o infinito.
Em suave carícia
uma alga-marinha o enlaçou.
Abraço eletivo.
Ao sopro da brisa, o vegetal murmura,
afinando a voz ao doce marulhar
das águas mansas.
Um dia, vagas impetuosas,
em doidos arremessos
lançam-se à praia
e arrebatam do granito a companheira...
Só então, o minério sente
sua condição de pária.
Percebe o significado real do isolamento.
E como antena prodigiosa
continua apontando o infinito,
na ânsia indomável de captar mensagens...
Eflúvios de amor que se evolam
da alga-marinha – a rolar
e se debater entre vagas e rochedos.
Mas, lá nas alturas,
enquanto a planta fenece...
eleva-se um clarão de luz sideral!
Sons magníficos alçam-se aos ares...
A antena vibra!
E a alma da pedra canta – em surdina –
a mesma canção da alga-marinha.
Como resultado da incansável pesquisa, coleta de dados e participação constante em jornais, a Professora Pompília possuía vasto acervo sobre os literatos paranaenses. Entendeu que deveria enfeixar, num livro, o seu paciente trabalho. Nasceu então, em 1985, editado pelo Banco Regional do Desenvolvimento do Extremo Sul-BRDE, sob a direção do Dr. Carlos Antonio de Almeida Ferreira, o livro Sesquicentenário da Poesia Paranaense, valiosa fonte de consulta sobre a produção poética do Estado.
Interessante notar que, dos 179 poetas homenageados no livro, apenas 56 são mulheres: menos de um terço! E, observem, estamos falando em poetas!Poetas... Segundo a professora Pompília, poetas são seres privilegiados que se comunicam em uma linguagem rara [...] numa linguagem que acorda ressonâncias adormecidas, que aguça nossa vista para a contemplação de belezas inesperadas, que desperta a inteligência para realidades inenarráveis, que alerta a alma para emoções novas, profundas...que mergulha a mente nos mistérios das coisas transcendentais! (SANTOS, 1985, p. 13). (Adélia Maria Woellner, in Revista de Literatura, História e Memória. Narrativas da Memória: O Discurso Feminino. A VOZ DA MULHER NA LITERATURA.)
Dia: 10/08/09
Hora: 15h
Local: Centro Feminino Paranaense de Cultura
Auditório Leonor Castellano
Rua Visconte de Rio Branco, n° 1717,Centro.
Curitiba/Paraná.
Pompília Lopes dos Santos nasceu em Curitiba, no dia 7 de agosto de 1900. Na Escola Normal, onde se formou,em 1918, já se destacava por seus recursos oratórios e intelectuais. Casou-se com o Professor Dario Nogueira dos Santos e em Paranaguá, onde lecionava francês, começou a publicar as primeiras crônicas e biografias nos jornais. Tornou-se pioneira em muitas frentes de iniciativas culturais, notadamente na fundação de entidades. Foi a primeira presidente da Academia Feminina de Letras do Paraná, do Clube Soroptimista Internacional de Curitiba, Sala do Poeta. Também foi a primeira mulher a ingressar na Academia Paranaense de Letras, quebrando velhos tabus. Desde menina manifestava inclinação pela literatura, por influência de notáveis mestres da sua geração.
Além de artigos e crônicas esparsos pela imprensa, publicou: “Literatura Infantil” (Estudo, 1944); Biografias de “Rachel Prado” (1953), “Azevedo Macedo” (1955), e “Georgina Mongruel” (1971); “Página de Saudade” (1955) e os quatro romances que constituem a parte nuclear da sua obra: “Afinidade” (1949 e 1951, 2edições), romance de tese; “A Fila Triste” (1951, 1956 e 1970, 3 edições), estudo sobre recuperação de egressos de penitenciárias; “Origens” (1961, 2 edições), romance histórico, que obteve o 1º prêmio em concurso promovido pelo Centro de Letras do Paraná; e “Caminhada – da Universidade a Itaipu” (1975), memórias.
Aplaudida como mestre e intelectual, a professora Pompília se destacava e era admirada também por sua forma de viver: bondade, compreensão, ternura, serenidade, desprendimento, são os traços marcantes da sua personalidade. Incentivadora dos novos. Andrade Muricy enalteceu o trabalho da querida professora. Disse ele: Na brilhante constelação de valores exponenciais femininos da inteligência brasileira, Pompília Lopes dos Santos conquistou bravamente posição relevante. Dum dinamismo inconfundível, é guiada por imaginação prestante e vivaz. Não conheço concepção romanesca mais singular e de tão instante sentido de humanidade, do que A FILA TRISTE, de inegável alcance de universalidade; e de mais amorosa intuição, movida de fidelidade retrospectiva às bases profundas da formação anímica de nossa gens, da complexa gens, paranaense, do que ORIGENS... No facetamento multímodo da obra de Pompília Lopes dos Santos encontramos biografias de personagens que foram como a da autora, a um só tempo diligentes até o heroísmo [...]e duma notória fecundidade intelectual.
Embora se considerasse prosadora, produziu muitos poemas, dentre os quais destaco:
Afinidade
Na imensidão da praia
há um bloco de granito,
solitário,
apontando o infinito.
Em suave carícia
uma alga-marinha o enlaçou.
Abraço eletivo.
Ao sopro da brisa, o vegetal murmura,
afinando a voz ao doce marulhar
das águas mansas.
Um dia, vagas impetuosas,
em doidos arremessos
lançam-se à praia
e arrebatam do granito a companheira...
Só então, o minério sente
sua condição de pária.
Percebe o significado real do isolamento.
E como antena prodigiosa
continua apontando o infinito,
na ânsia indomável de captar mensagens...
Eflúvios de amor que se evolam
da alga-marinha – a rolar
e se debater entre vagas e rochedos.
Mas, lá nas alturas,
enquanto a planta fenece...
eleva-se um clarão de luz sideral!
Sons magníficos alçam-se aos ares...
A antena vibra!
E a alma da pedra canta – em surdina –
a mesma canção da alga-marinha.
Como resultado da incansável pesquisa, coleta de dados e participação constante em jornais, a Professora Pompília possuía vasto acervo sobre os literatos paranaenses. Entendeu que deveria enfeixar, num livro, o seu paciente trabalho. Nasceu então, em 1985, editado pelo Banco Regional do Desenvolvimento do Extremo Sul-BRDE, sob a direção do Dr. Carlos Antonio de Almeida Ferreira, o livro Sesquicentenário da Poesia Paranaense, valiosa fonte de consulta sobre a produção poética do Estado.
Interessante notar que, dos 179 poetas homenageados no livro, apenas 56 são mulheres: menos de um terço! E, observem, estamos falando em poetas!Poetas... Segundo a professora Pompília, poetas são seres privilegiados que se comunicam em uma linguagem rara [...] numa linguagem que acorda ressonâncias adormecidas, que aguça nossa vista para a contemplação de belezas inesperadas, que desperta a inteligência para realidades inenarráveis, que alerta a alma para emoções novas, profundas...que mergulha a mente nos mistérios das coisas transcendentais! (SANTOS, 1985, p. 13). (Adélia Maria Woellner, in Revista de Literatura, História e Memória. Narrativas da Memória: O Discurso Feminino. A VOZ DA MULHER NA LITERATURA.)
Um comentário:
Bisa querida temos muito orgulho por suas conquistas
Postar um comentário