QUANDO UM POETA NASCEU...
Quando um poeta nasceu, como o sol que desponte,
Logo por sobre o mar longas e brancas velas
Desfraldam-se; e por fim, tudo palpita, o monte,
O céu, a flor, a luz – ó róseas bambinelas!
É um barulho de rio, um murmúrio de fonte,
Uma palpitação universal de estrelas;
Um sussurro, um fragor de beijos quentes pelas
Ondulações sem fim e rubras do horizonte!
Menino, homem depois, de um assalto ele ganha
Os ermos, que transpõe, os valos e os barrancos,
Tendo sempre a sorrir nos olhos a Quimera...
Chegam os anos e vêm os cabelos brancos...
Todavia, ele só, em pé sobre a montanha,
Inda sonha, inda crê, inda deseja e espera!...
Emiliano Perneta
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