domingo, 21 de agosto de 2011

“Passeio Poético Pelos Jardins da Musica Popular Brasileira.

Minha Homenagem a Paulo Walbach, 2º Vice Presidente do CLPR e ao seu “Passeio Poético Pelos Jardins da Musica Popular Brasileira.

Texto de isabel Sprenger Ribas.
Agosto de 2011.

Tanto tenho falado em minha vida ou escrito em cada canto onde possa;
Quanto tenho dito sobre isto a tantos que amo, gente minha ou alheia;
E o muito que por ai tenho ensinado e a mim repetido;
Tanto! E continuo, ainda, percebendo que:
Saudade só tem quem tem do quê!
Uma das maiores evocações que nos trás à tona a lembrança do que foi bom, do que passou e deixou cunhos, que nos alegrou e ou enterneceu é a música. Possibilita a nossa saudade!
Quando menina, muito convivi com a boa música, erudita e popular.
Embora a Música Clássica, cultivada por meus pais, fosse agradável de ouvir nos longínquos e adoráveis almoços dominicais de família, do insubstituível macarrão feito em casa, da posta branca de panela de molho enferrujado, da maionese e do cálice de vinho tinto, minha tendência seguiu o padrão da normalidade da própria faixa etária.
Foi a Musica Popular Brasileira que norteou meus dias naquela época.
Atento, meu pai proporcionou às minhas sensações a totalidade da alegria. Rara a semana em que não chegava a casa com uma novidade
da Odeon, os imensos discos de vinil, dos quais minha saudade sente deles até o cheiro, se fosse isto possível.
E segui pela vida envolvida, sempre, por tudo o que considere uma boa letra ou uma linda melodia.
Eis o porquê da iniciativa de Paulo Walbach Prestes tanto me enlevar.
Tal enlevo inicia pela escolha do título, mencionado, e segue na admiração pelo ocorrido. Que instantes aprazíveis e de elevada sensibilidade cultural experimentamos todos!
Que outro nome poderia ser dado aos momentos vividos no fim de tarde do dia 09 de agosto de 2011, no Centro de Letras do Paraná, por seu Presidente, nosso caro Desembargador Luis Renato Pedroso, por ele tão bem identificado como “a segunda casa de todos nós”?
Sim, que outra designação que não fora esta: a de cultivo à boa música naqueles momentos reverenciada, com suas letras e melodias imorredouras, agradáveis aos ouvidos e ao coração?
O agitado dia a dia de cada um de nós faz com que seja perdida a possibilidade de voltar nossa atenção e sentimento, do modo que deveríamos, ao cancioneiro da MPB.
A vida atual, com suas infinitas carências nos deixa sem tempo de relembrar, cultivar e ouvir a boa música tão diferenciada da atual, tão mais pontuada de profundidade, doçura, interpretação...
Quantas evocações, mensagens, fatos ocorridos nos chegaram por tudo o que lá foi interpretado...
Gente Humilde, minha música nacional preferida, levou-me ao êxtase sem medidas na interpretação do cantor Fadel.
De repente, Sangue Latino, em Boca Quíuza, a sonoridade mais intuída do que ouvida em Manoel Anísio... Os versos enaltecidos pela sensibilidade de Eliane Justi, em Atrás da Porta, do imortal, sempre e felizmente vivo Chico Buarque de Holanda.
A agonia doída de Canção Nordestina, que o Violão e o Cavaquinho de Manoel Anísio e de Cleber, respectivamente, tão intensamente torturam a nossa emoção...
Orly Bach, acompanhada pelas teclas tangidas ao piano por Dóris, que irrompem tal evento, no toque de Bachianas Brasileiras Nº 08, quase fragilizando novamente minhas safenas e mamárias adulteradas...
A voz sem pejo do meu amigo e confrade Paulo, que tem assento no Centro de Letras a Cadeira no mesmo número que ocupo na Academia Feminina de Letras do Paraná, a de número 29.
Cantou, sim, ele, e declamou, em elevado e bom tom, sem receios ou pejo, deixando de lado qualquer inibição sem razão de ser. Estávamos todos irmanados pela mesma causa, naquela tarde. A ode ao que é bom e agradável de ouvir, ao que cultua as sensações da Alma em sua profundidade maior.
Falando de Amor, interpretado por Gilberto, antecedeu em alguns instantes Explode Coração, na interpretação falada e cantada de Paulo, que também emocionou a todos com sua menção ao Dia do Pais, declamando para o Presidente Luis Renato e o Confrade Nelson de Luca a letra de Pai, de Fábio Junior.
E tantas mais... Memorável tarde!
Repercute em meu íntimo a sonoridade que ficou remanescente da iniciativa de Paulo. Obrigada pelos momentos ali vividos. Porque saudade só tem quem tem do quê!
Tenho eu, também. Da boa música que incorporei ao sentimento no decorrer de toda a minha vida.
E dos lindos momentos de sonho, de enlevo e de alegria recentemente experimentados no CLPR.
Obrigada, Confrades, pela agradável convivência.
Obrigada a você Paulo; à Música do Meu País; ao Centro de Letras do Paraná.
Sim! E, certamente, à sensibilidade que Deus me deu!

Abaixo alguns dos momentos citados no belissimo texto de Isabel.






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