sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Exposição de Poesia Visual ‘Convergências’

CONVITE
O espaço cultural Castelinho do Alto da Bronze convida para a exposição de poesia visual ‘Convergências’, do artista visual e escritor brasileiro Tchello d’Barros, radicado em Belém do Pará.

SERVIÇO
Quê: Exposição de Poesia Visual ‘Convergências’
Quem: Escritor e artista visual Tchello d’Barros
Ingresso: Entrada Franca
Visitação: 25.10 à 15.11.11
Horários: 14 às 17h, diariamente
Local: Rua Vasco Alves, 62 Centro Histórico – Porto Alegre PA
Texto crítico: André Leite Ferreira
Curadoria: Sandra Santos
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INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Convergências é um projeto de itinerância por capitais brasileiras, expondo uma retrospectiva da produção em Poesia Visual que o artista multimídia Tchello d’Barros vem produzindo desde 1.993, num total de 30 imagens selecionadas. Após a fase de exposições, o projeto deve resultar na publicação de um livro. Por enquanto a mostra já passou por PB, AL, SC, RJ, ES e PA. Em Belém, foi apresentada na Galeria Graça Landeira, da Unama, com curadoria de Emanuel Franco. Na mostra em Porto Alegre, serão também apresentados diversos poemas visuais criados em Belém, desde 2010. A Etapa RS está sendo apresentada no espaço expositivo do Castelinho do Alto da Bronze, é coordenada pela poeta Sandra Santos, que promove visitação das escolas, divulgação em diversas mídias, incluindo projeção no local de um vídeo com as imagens. No paralelo, o autor está participando tb c/ poemas visuais na mostra coletiva "Código Coletivo" aberta em 27.10.11, integrando a programação da tradicional Feira do Livro de Porto Alegre.

TEXTO CRÍTICO

Labirintos e Convergências: Poesia Visual Além Das Aparências
por André Leite Ferreira*

Tchello d’Barros é um catarinense que gosta de chimarrão e reside atualmente em Belém, Amazônia. É um poeta da palavra e da imagem que não mede esforços e nem recusa a possibilidade de utilização da tecnologia disponível. Passeia pela Literatura e pelas Artes Visuais e gráficas com enorme desenvoltura. Além disso, escreve Literatura de Cordel sem deixar de ser contemporâneo, escreve Literatura Infantil sem deixar de ser lúdico. Na Poesia Visual deixa sua marca com forte expressividade e criatividade, através de trabalho duro e extensa pesquisa.

Se pensarmos na trajetória da Poesia Visual no mundo, podemos perceber sua marca desde tempos idos, passando pela revolução explosiva de Mallarmé e seu Lance de Dados, Apollinaire e seus Caligramas ou mesmo os poetas radicais do Futurismo, Dadaísmo e Surrealismo, sem esquecer os re-descobridores de Lautréamont e Rimbaud, poetas fundamentais - e mesmo visuais - por produzirem uma poesia imagética e sensorial. No Brasil não podemos esquecer os poetas do Concretismo, os irmãos Campos e Décio Pignatari, que merecem reverência e respeito. Além deles, citemos ainda Leminski, José Lino Grünewald, Philadelpho Menezes e o Poema-processo de Wlademir Dias-Pino. Tivemos ainda várias revistas alternativas nas décadas de 70 e 80, que foram difusoras e entusiastas da Poesia Visual, isso para citar somente algumas fontes e para dizer que esta ainda se faz com entusiasmo na contemporaneidade, como no caso do trabalho de Tchello d’Barros, fundamentado na pesquisa e na experimentação radical.

Convergências é uma série consistente de pesquisa e contínua construção, que se insere no contexto da produção atual da Poesia Visual, e como não podia deixar de ser, ora surge uma referência a Borges, ora a Brossa, com homenagens sinceras e referenciais, já que são construções produzidas a partir de uma pesquisa prévia e paciente. Ao trabalhar com a multilinguagem, Tchello d’Barros vai além e insere-se na produção contemporânea brasileira sem se repetir, ou mesmo se reduzir, mas com uma tendência de se expandir sempre e cada vez mais.

Poemas como Me dê Cifras ou mesmo A Teia, nos remetem ao humor e ironia tão necessários ao cotidiano e a poesia, os signos falando, transmitindo, comunicando, a teia, a rede, o labirinto, o homem e seu próprio labirinto. Somam-se o enigma, o jogo, o som, a imagem, a palavra e a interpretação intersemiótica, como propunha Julio Plaza. Alçar vôo e ir além, inserção em circuito nacional itinerante e repleto de ação, numa obra em progresso. A proposta de itinerância desta exposição é um processo de suma importância para a divulgação e ampliação da Poesia Visual criada por poetas contemporâneos do Brasil, quiçá na América Latina e no mundo.

A itinerante exposição de poemas visuais Convergências, impressiona não apenas pela força imagética, mas principalmente pela atualidade, sinceridade e humor. Tchello d’Barros criou um mundo de imagens gráficas, recheadas de simbolismo e de palavras que vão além do óbvio, fazendo com que o olhar do expectador se expanda e se surpreenda com detalhes sutis inseridos em sua obra. A circulação e intinerância destes trabalhos nos dão a dimensão e a importância da Poesia Visual para o mundo contemporâneo e acelerado que vivenciamos hoje. Às vezes, é preciso parar e meditar para se perceber o que sempre está lá na nossa frente, na nossa cara.
Belém, Amazônia - 2011
*Poeta, músico e curador de audiovisual

DEPOIMENTOS
Segundo a curadora da exposição, Sandra Santos, “O Castelo está encantado com a poesia do Tchello... Tchello dispensa apresentações. Sua trajetória poética e artística já tem uma longa relação em fortuna crítica. Prefiro ilustrar o que se sente diante da obra visual de Tchello d' Barros, rebuscando reminiscências da infãncia: o primeiro livro que leram para mim foi "O menino do dedo verde", do francês Maurice Druon. A história, como todos sabem, é sobre um menino que tinha o dom de transformar todo lugar que tocava em imensos jardins. Tchello é daquelas pessoas que têm dedo mágico. Vai colorindo os espaços, seja das artes plásticas ou da literatura. Sem limites entre o texto e a imagem. Desfaz a linha ao refazer o contexto.” Já para o mineiro Hugo Pontes, pesquisador de poesia visual, ao comentar a produção contemporânea nacional, escreveu que: “Entre os vários nomes que sobressaem está o de Tchello d’Barros, poeta visual cuja obra ganha dimensão na atualidade com seus poemas plenamente realizados, dentro de uma proposta visual que prima pela qualidade, remetendo para o observador o desafio que instiga uma interpretação não-linear e de caráter universal.

SOBRE O AUTOR

Tchello d'Barros (Brunópolis SC, 1967) é escritor, artista visual e viajante. Residiu em 12 cidades, percorreu 20 países em constantes pesquisas na área cultural e desde 2010 está radicado na Amazônia, sediado em Belém PA.

Na Literatura, publicou 5 livros de poesia e vários Cordéis. Também publicou contos, crônicas e artigos em mais de 40 coletâneas e antologias. Publica textos regularmente em jornais, revistas e sites. Eventualmente ministra palestras e oficinas literárias.

Nas Artes Visuais, já participou de cerca de 80 exposições, entre individuais e coletivas, com obras em desenho, pintura, infogravura, fotografia, instalação e poesia visual. Como designer, desenvolveu criações gráficas para agências de publicidade, desenhos para a indústria têxtil e ilustrações para o meio editorial.

No Rio Grande do Sul, além de participar presencialmente de três edições do Congresso Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalves, participou com fotografias em 2008 da coletiva de artes visuais Desenho No Plural, na Galeria de Arte da DMAE; também na capital gaúcha apresentou em 2009 poemas visuais na coletiva Mostra Nacional de Poesia Visual realizada na Casa de Cultura Mario Quintana; e em 2011 participou com poemas visuais da mostra coletiva Código Coletivo, no Castelinho do Alto da Bronze, mostra que reaparece nesta edição de 2011 da tradicional Feira do Livro de Porto Alegre.

CONTATOS
Informações complementares, solicitação de fotos, imagens etc:
Contato c/ o autor: tchellodbarros@yahoo.com.br (91) 8288.9103 - Belém PA

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