sexta-feira, 22 de junho de 2012

OS JOGOS FLORAIS DE CURITIBA: DEDICAÇÃO E TRABALHO EM PROL DA TROVA

Grupo de Trovadores no Jardim Botânico.
Quem não se encanta com a trova? Só aqueles que são irremediavelmente chatos. Quem conhece a trova de verdade, não a montanha de clichês inevitável, mas os achados, as pepitas raras do garimpo, certamente há de se apaixonar. Eu, como já disse em outras ocasiões, conheci a trova ainda garotinho por meio das gotas de pinho “Alabarda”. E cá estou eu, balzaquiano (35 anos neste 2012), fazendo parte do trovismo brasileiro.

Uma das marcas registradas do trovismo, desde seus anos áureos na década de 60 do século XX, é a realização de concursos de trova – os Jogos Florais – e suas consequentes festas de premiação. Já estive em várias dessas festas: Nova Friburgo, Bandeirantes, Niterói, Pouso Alegre... Algumas ainda são realizadas, outras – infelizmente – foram descontinuada.

Que esforço os dirigentes locais da União Brasileira de Trovadores têm de fazer! Nada é de graça nesta vida e, o pior, tudo é caro. Hospedagens aos visitantes, refeições, troféus, diplomas, aluguel de ônibus para passeios... enfim, uma despesa que se avoluma e que, nem sempre, é passível de ser coberta com o auxílio do poder público... Quantos Jogos Florais deixaram de ser realizados por causa disto? Quantas UBTs ainda fazem concurso, mas “contando as moedas”? O mais assombroso: as pessoas trabalham pela trova, realizam essas festas lindas... tudo pelo amor e sem nenhum ganho pessoal. Aliás, diga-se de passagem: há aqueles idealistas que pagam muitas dessas despesas do próprio bolso. Tudo para poder congraçar os amigos. Onde se faz isto hoje em dia???

Eu, particularmente, não conhecia Curitiba, embora já conhecesse alguns de seus notáveis expoentes, como o Dr. Maurício Friedrich ou a Professora Wanda Fagundes Queiroz, por exemplo. Mas ainda não tinha tido a oportunidade de me deixar embriagar pela beleza de Curitiba, especialmente em ocasião de Jogos Florais.

Quando uso o verbo “embriagar”, o faço de propósito. Essa é a melhor palavra que encontrei para definir o impacto da beleza e do carinho de Curitiba e dos seus Jogos Florais, pelo menos para mim. O ébrio vive uma realidade paralela, entorpecido pelo efeito do álcool em seu sistema neurológico... Os Jogos Florais fazem a mesma coisa: parece que a realidade exterior não existe e pedimos que o tempo não passe, embora ele não nos ouça... Em meu caso, não conhecia Curitiba nem seus Jogos Florais... e, intimamente, queria que o tempo parasse.

Que palavras posso dizer aos trovadores de Curitiba para agradecer esse platônico “Mundo das Ideias”, essa Xangri-lá que eles nos ofereceram neste final de semana? Obrigado ou “Muito obrigado” é só o que nos resta dizer, porque nosso vocabulário é pequeno diante do sentimento que nutrimos...

UBT Curitiba, muito obrigado! Obrigado, mesmo! Quem dera todos pudessem ver com os próprios olhos tudo o que vocês fizeram por nós...!

PEDRO MELLO
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Fonte: Blog do Pedro Mello

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