O dia 29 de outubro foi escolhido como Dia Nacional do Livro em homenagem à fundação da Biblioteca Nacional, que ocorreu em 1810. Só a partir de 1808, quando D. João VI fundou a Imprensa Régia, o movimento editorial começou no Brasil. O primeiro livro publicado aqui foi "Marília de Dirceu", de Tomás Antônio Gonzaga, mas nessa época, a imprensa sofria a censura do Imperador. Só na década de 1930 houve um crescimento editorial, após a fundação da Companhia Editora Nacional pelo escritor Monteiro Lobato, em outubro de 1925.
A Origem do Livro
Os textos impressos mais antigos foram orações budistas feitas no Japão por volta do ano 770. Mas desde o século II, a China já sabia fabricar papel, tinta e imprimir usando mármore entalhado. Foi então, na China, que apareceu o primeiro livro, no ano de 868. Na Idade Média, livros feitos à mão eram produzidos por monges que usavam tinta e bico de pena para copiar os textos religiosos em latim. Um pequeno livro levava meses para ficar pronto, e os monges trabalhavam em um local chamado "Scriptorium".
"Livros... livros à mão cheia"
Publicado em 04 de junho de 2002
Disse Castro Alves: "O maior acontecimento de minha vida foi, sem sombra de dúvida, a biblioteca de meu pai". A frase impactante e, ao mesmo tempo, grandiosa, por tudo o que traz implícita, foi proferida pelo escritor argentino Jorge Luis Borges. Sua paixão pelos livros seguiu avassaladora até o final de sua vida, quando já estava cego e dependente de amigos ou familiares que liam para ele todos os dias. Borges sofria de um problema congênito na visão, proveniente de seus ascendentes paternos. Mesmo assim, isso não foi empecilho para que ele se tornasse um dos maiores escritores de todos os tempos, autor de preciosidades como Ficções e O Aleph. Todavia, sua história poderia ter sido outra se, desde menino, não tivesse tido acesso ao maravilhoso e encantado mundo dos livros. Clássicos como As mil e uma noites ajudaram a fazer com que o menino tímido e retraído da Buenos Aires romântica do início do século XX pudesse dar asas a uma imaginação já privilegiada, originando o escritor fenomenal em que se transformaria mais tarde.
Publicado em 04 de junho de 2002
Disse Castro Alves: "O maior acontecimento de minha vida foi, sem sombra de dúvida, a biblioteca de meu pai". A frase impactante e, ao mesmo tempo, grandiosa, por tudo o que traz implícita, foi proferida pelo escritor argentino Jorge Luis Borges. Sua paixão pelos livros seguiu avassaladora até o final de sua vida, quando já estava cego e dependente de amigos ou familiares que liam para ele todos os dias. Borges sofria de um problema congênito na visão, proveniente de seus ascendentes paternos. Mesmo assim, isso não foi empecilho para que ele se tornasse um dos maiores escritores de todos os tempos, autor de preciosidades como Ficções e O Aleph. Todavia, sua história poderia ter sido outra se, desde menino, não tivesse tido acesso ao maravilhoso e encantado mundo dos livros. Clássicos como As mil e uma noites ajudaram a fazer com que o menino tímido e retraído da Buenos Aires romântica do início do século XX pudesse dar asas a uma imaginação já privilegiada, originando o escritor fenomenal em que se transformaria mais tarde.
Mudemos, agora, de cenário. Brasil. Recife. No conto Felicidade Clandestina, Clarice Lispector narra, de forma primorosa, o sofrimento de uma menina pobre cujo sonho era ler Reinações de Narizinho, clássico de Monteiro Lobato. No final da narrativa, após ter conseguido seu tão desejado exemplar, a menina permanece abraçada com o livro, em êxtase, sem abri-lo por um bom tempo, tamanho é o seu respeito e admiração pelo tesouro recém-adquirido. Entre os grandes escritores, o que não faltam são histórias relatando o amor que devotavam aos livros, ao conhecimento, ao aprendizado... O que seria desses homens e mulheres das letras não fosse o contato precoce com a literatura? Teriam eles seguido rumos diferentes? Teriam se tornado os grandes mestres que conhecemos? Possivelmente, não.
Daí a importância crucial das escolas incentivarem a leitura e a familiarização dos estudantes com o espaço fantástico que são as bibliotecas. Cabe aos diretores e professores organizarem visitas das classes a esses centros do saber em suas escolas. A prática, com certeza, fará toda a diferença na vida das crianças e adolescentes. Para os mais novos, podem ser organizados leituras de histórias em rodas, com direito a interatividade e atividades que, já em sala de aula, complementem o trabalho iniciado na biblioteca.
Parafraseando Monteiro Lobato: um país se faz com homens e com livros. É assim que se constrói o futuro e se garante as novas gerações, uma sociedade e um mundo mais condizente com o sonho de todos os grandes escritores e poetas.
O verdadeiro educador deve trabalhar em seus aprendizes o desenvolvimento desses valores. Este texto tem como objetivo ser um convite para que reflitamos sobre textos, bibliotecas, sonhos e o quanto eles podem ser fundamentais na vida de nossos alunos. E para que esse trabalho seja feito com o máximo de inspiração e amor, nada melhor do que lembrar um trecho do poema O Livro e a América, de Castro Alves. Bom trabalho a todos.
Filhos dos séculos das luzes!
Filhos da Grande Nação!
Quando ante Deus vos mostrardes,
Tereis um livro na mão:
O livro - esse audaz guerreiro
Que conquista o mundo inteiro
Sem nunca ter Waterloo...
Éolo de pensamentos,
Que abrira a gruta dos ventos
Donde a Igualdade voou!...
Por uma fatalidade
Dessas que descem de além,
O século que viu Colombo,
Viu Gutenberg também.
Quando no tosco estaleiro
Da Alemanha o velho obreiro
A ave da imprensa gerou...
O Genovês salta os mares...
Busca um ninho entre os palmares
E a pátria da imprensa achou...
Por isso na impaciência
Dessa sede de saber,
Como as aves do deserto -
As almas buscam beber...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão-cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n`alma
É gérmen - que faz a palma,
É chuva - que faz o mar.
Fonte:Secretaria de Estado da Educação - 2004
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