quinta-feira, 1 de outubro de 2009

FÓRUM DAS ENTIDADES CULTURAIS

FÓRUM DAS ENTIDADES CULTURAIS
CURITIBA - PARANÁ


Falar de cultura.
Apaixonada pela área, vejo o enorme potencial à nossa frente para a evolução do planeta, do homem pensante.Também percebo que são bem menos olhos voltados para a cultura. A humanidade só começou a entender e conhecer a sua história basicamente por duas áreas que se entrecruzam através do tempo.
A arqueologia e a arte.
Os registros em objetos, desenhos, estruturas, é que nos falam da evolução humana, e do ambiente em que o homem viveu. Somos os portadores da memória do planeta. Vivemos estudando um passado, resgatando-o para podermos legá-lo aos que virão depois de nós. É uma tarefa necessária, e se tratada com consciência sem dúvida fará acrescentar e não subtrair o que aqui deixaremos. Os registros passados, não seriam registros se não houvessem homens envolvidos e que para tal se dedicaram. O hoje não ficará na história se não houver quem faça esta história e a registre. O futuro não poderá apoiar-se em fatos se não lhe legarmos isso. Aí é que entra a cultura, que é de suma importância. Sem ela quem somos? De onde viemos? Para onde iremos? Uma nação só é reconhecida como nação e considerada de primeiro mundo através do quê? De sua cultura dita mais evoluída. A inserção do indivíduo na sociedade se faz como?
Vemos nos países considerados mais adiantados que o indivíduo ao sair de sua Faculdade ou Mestrado já tem a base e o reconhecimento embutido em si mesmo de que no trabalho que for realizar, empresa ou algo assim, ele deverá inserir um programa cultural. Deverá investir no seu conhecimento a cultura e na de seus funcionários pois colherá os frutos. Esta visão é necessária ao ser humano. Não podemos continuar alheios aos nossos anseios. Não podemos evoluir deixando marcas de atraso ao nosso redor.
A estrutura pública e particular deve se unir na busca de saídas viáveis para esta evolução, e um dos caminhos é com certeza investir mais na cultura como um todo.
Uma cidade como Curitiba tem potenciais jamais explorados, e vias culturais estranguladas, seccionadas pelo desconhecimento. Urgente se faz tiramos a venda dos olhos e da mente para acompanhar o mundo e até mesmo ultrapassar as barreiras da ignorância, do cada um por si. Do não sei como ou, o que fazer. Temos o potencial humano, o conhecimento técnico, o profissional e fazedor de cultura, falta investir, direcionar.o profissional cultural na sua formação e informação. A teoria tudo aceita porém, de nada serve sem a prática.

Vejo Curitiba e o Paraná assim:
Temos o potencial cultural e humano, fragmentado, seccionado. Investe-se em cultura globalizada, estrangeira, mais do que na daqui. Nosso perfil está sendo sedimentado na descrença do poder público quando deveríamos juntar forças através de diálogos abertos e práticas de aprendizagem. Unir o poder público com a classe produtora de cultura. Traçar metas, objetivos que fossem comuns aos interesses do Município e Estado, crescer, multiplicar. Ter uma identidade própria, nossa, baseada em toda essa miscigenação que nos formou. Criar seminários envolvendo toda a classe artística. Festivais onde várias áreas se mesclariam. Participar com os Fóruns de Entidades Culturais de um processo democrático trocando idéias com quem é da área. Convergir para um denominador comum, auxiliando assim, nas decisões culturais do Município e do Estado. Compreender e conhecer quem faz cultura, quem a distribui, quem pode falar por ela. Trocar informações sempre. Trabalhar com transparência participando das ações do poder legislativo e executivo mostrando a capacidade e o profissionalismo. Jamais mudaremos a condição do povo se não o tratarmos como um ser completo que necessita de cultura geral para sua mais adequada formação e dignidade.

Waltraud Sekula

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