domingo, 11 de abril de 2010

Agora, Zeca Corrêa Leite

Agora

Agora, que posso dizer do agora?

Trago comigo esta falta de palavras,
confusão de sentimentos,
profundo sono,
ausência de pensamentos,
fotografias perdidas
nos meus compartimentos.

Quer de mim que confissão?

Se trago comigo silêncios,
precoce envelhecimento,
águas filtradas que não bebi,
sombras dos arvoredos em repouso.

Busca em mim meu olhar?

De nada servirá a busca,
versos perdidos de um poema,
entristecido beijo que,
de tão apaixonado,
ainda hoje perdura inútil
nos meus lábios.
Zeca Corrêa Leite

Nota do autor: Tempos de demora, um bocado de viagens. Retomo o envio desses textos simples, meio "enferrujado" no hábito, mas é um começo... O frio e o cinza curitibanos levam a gente ao recolhimento e, percebo, influíram na escolha do poema. "Agora".

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