Escritor paranaense (nasceu em Bela Vista do Paraíso, interior do Paraná, mas foi criado na pequena Peabiru) e crítico literário. Responsavel pela coluna semanal do maior diário do Paraná, a Gazeta do Povo (Curitiba), tendo publicado só neste jornal mais de 350 artigos sobre literatura, fora as contribuições para outros veículos, como República, Bravo!, O Estado de São Paulo, Jornal da Tarde (São Paulo, Poesia Sempre, Jornal do Brasil (Rio de Janeiro) e Jornal de pontaponta - coluna mensal (Ponta Grossa- Paraná), cidade onde reside.
“Crítico e ficcionista de reconhecida importância, Miguel Sandhes Neto (1965) publicou no ano de 2000 um livro de poemas notável, Venho de um país obscuro, em parte biográfico, mas onde também se encontra uma excelente série de sonetos sobre o Aleijadinho, ou reflexões metalinguísticas como esta:
CAÇADOR E VÍTIMA
Escrever é caçar caranguejos
à maneira do guaximim.
Enfiando o rabo no buraco
onde se aloja o crustáceo,
ele espera que este o morda
como suas impiedosas tesouras
para sacar logo em seguida
a presa cravada em sua cauda.
O próximo passo é saboreá-la
— a memória da dor em carne viva.
Enquanto espera, o guaximim chora,
sofrendo de antemão a investida.
Caçador e vítima, é sua própria isca.
Contorcendo-se nesta emboscada,
o sabor e a cicatriz ele preliba
— a água na boca é a mesma das lágrimas.
Extraído de BUENO, Alexei. Uma História da Poesia Brasileira. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2007. ISBN 978-85-98815-06-0, p. 404
Fonte: Site Antonio Miranda
“Crítico e ficcionista de reconhecida importância, Miguel Sandhes Neto (1965) publicou no ano de 2000 um livro de poemas notável, Venho de um país obscuro, em parte biográfico, mas onde também se encontra uma excelente série de sonetos sobre o Aleijadinho, ou reflexões metalinguísticas como esta:
CAÇADOR E VÍTIMA
Escrever é caçar caranguejos
à maneira do guaximim.
Enfiando o rabo no buraco
onde se aloja o crustáceo,
ele espera que este o morda
como suas impiedosas tesouras
para sacar logo em seguida
a presa cravada em sua cauda.
O próximo passo é saboreá-la
— a memória da dor em carne viva.
Enquanto espera, o guaximim chora,
sofrendo de antemão a investida.
Caçador e vítima, é sua própria isca.
Contorcendo-se nesta emboscada,
o sabor e a cicatriz ele preliba
— a água na boca é a mesma das lágrimas.
Extraído de BUENO, Alexei. Uma História da Poesia Brasileira. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2007. ISBN 978-85-98815-06-0, p. 404
Fonte: Site Antonio Miranda
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