
A poesia de Valéria:
AGUA
Como uma voz que em segredo
Reza em momento de magoa,
Sai gemendo um fio d’água
Do coração do rochedo.
O sangue branco das águas...
A água correndo...
Parece a ladainha amargurada
De alguém que está sofrendo...
Água...
Sangue vivo no rio, como em artérias,
Estuante, e pelos córregos azuis, pelos veios
A fecundar o corpo vivo e esquivo da terra,
A tumultuar, no leito das areias...
Estás presente nas vasas deletérias
Onde a vida se perde,
Na decomposição do brejo verde,
Nos riachos do Brasil...
*
APENAS PALAVRAS
... E as palavras correm soltas no papel
Como saíssem de minha boca
Belas, loucas
E eu me calo como quem esconde o rosto
E leio minhas palavras
Nem perfeitas, nem eternas, nem mesmo algo mais absoluto,
Sou isca de minha própria vida, palavra.
(do livro - TANTOS EUS)
AGUA
Como uma voz que em segredo
Reza em momento de magoa,
Sai gemendo um fio d’água
Do coração do rochedo.
O sangue branco das águas...
A água correndo...
Parece a ladainha amargurada
De alguém que está sofrendo...
Água...
Sangue vivo no rio, como em artérias,
Estuante, e pelos córregos azuis, pelos veios
A fecundar o corpo vivo e esquivo da terra,
A tumultuar, no leito das areias...
Estás presente nas vasas deletérias
Onde a vida se perde,
Na decomposição do brejo verde,
Nos riachos do Brasil...
*
APENAS PALAVRAS
... E as palavras correm soltas no papel
Como saíssem de minha boca
Belas, loucas
E eu me calo como quem esconde o rosto
E leio minhas palavras
Nem perfeitas, nem eternas, nem mesmo algo mais absoluto,
Sou isca de minha própria vida, palavra.
(do livro - TANTOS EUS)
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