segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Poetas Paranaenses participam das Antologias do Congresso Brasileiro de Poesia 2010

Realizou-se de 25 a 30 de outubro próspero passado, na cidade de Bento Gonçalves – RS, o XVIII Congresso Brasileiro de Poesia, na oportunidade reuniram-se na serra Gaúcha, cerca de 100 poetas brasileiros e estrangeiros, agitando o cenário cultural da cidade. (veja algumas fotos do Congresso acessando http://congressopoesia.2010.multiply.com/ ).

Neste ano o homenageado foi o poeta Ferreira Gullar, que em verdade prestou uma grande homenagem aos “novatos” participantes da Antologia Poesia do Brasil volume 11, participando com seus poemas na referida edição.

Dentre todos os projetos desenvolvidos durante o Congresso Brasileiro de Poesia, o que mais vem repercutindo junto à comunidade escolar de Bento Gonçalves é o POESIA NA ESCOLA, que consiste além da publicação das coleções “POESIA DO BRASIL” e “POETA, MOSTRA A TUA CARA”., do contato direto do estudante com o autor durante a semana do Congresso.

No ano de 2009, a Coordenação do Proyecto Cultural Sur/Brasil (entidade mantenedora) entregou para a Biblioteca Castro Alves distribuir às escolas do município 1.800 exemplares dos volumes 9 e 10 das antologias “POESIA DO BRASIL” e do volume 6 da antologia “POETA, MOSTRA A TUA CARA” e a previsão é de que este ano sejam entregues 2.500 exemplares.

Conheça um pouco dos Poetas Paranaenses participantes da Antologia "POESIA DO BRASIL" – Volume 11

Ademir Antonio Bacca • Alcides Buss • Alcione Guimarães • Ana Mari Tedeschi • Andréa Motta • Angela Carrocino • Aricy Curvello • Artur Gomes • Astênio Cesar Fernandes • Carpinejar • Cláudia Gonçalves • Cristina Leite • Dalmo Saraiva • Deisi Perin • Diego Mendes Souza • Dinair LeiteEdival Perrini • Ednilson de Paulo • Eduardo Tornaghi • Eliane Justi • Fátima Borchert • Fernando Aguiar • Ferreira Gullar • FlavCast • Geraldo Coelho Vaz • Haidê Vieira Pigatto • Hugo Pontes • Ietive Fianco D'Arrigo • Isabel Sprengher Ribas • Jacqueline Bullos Aisenman • Jair Pauletto • Jiddu Saldanha • Karla Julia • Kathleen Evelyn Muller • Laura Esteves • Lourdes Sarmento • Luiz Eduardo GuntherManuel Maria Ramirez y Anguita • Marcelo Marinho • Oscar Bertholdo • Raquel Martinez • Renato Gusmão • Ricardo Reis • Ronaldo Werneck • Rosemari De Gasperi Foppa • Rubens Venâncio • Sérgio Napp • Silvio Ribeiro de Castro • Suely de Freitas Marti • Tanussi Cardoso • Tchello D'Barros • Telma da Costa • Tulio Henrique Pereira • Valéria Borges da Silveira • Walnélia Pederneiras • Wanda Monteiro •

Andréa Motta. Reside em Curitiba - Paraná. É graduada e pós-graduada em Direito. Participa de diversas antologias entre elas: Antologia Internacional Terra Latina (Projeto Cultural Abrali, Ed.2005), uniVERSOS, Antologia Poética (Escritores e Poetas – Ed.2005), Pó&Teias (Antologia de Poemas, crônicas e Contos, Ed.2006), Poesia do Brasil, Vol.3 (Proyecto Cultural Sur/Brasil, 2006) e Poesia do Brasil, Vol.5 (Proyecto Cultural Sur/Brasil, 2007), Poesia do Brasil, Vol.7 (Proyecto Cultural Sur/Brasil, 2008), Poesia do Brasil, Vol.9 (Proyecto Cultural Sur/Brasil, 2009). Em sua trajetória literária, obteve várias premiações. Ocupa a cadeira nr. 30 da Academia Paranaense de Poesia, participa de diversos grupos de escritores e poetas entre os quais o Grupo Pó&Teias, além de ser membro efetivo do Centro de Letras do Paraná, do Portal CEN., do Projeto Cultural Abrali e coordenadora do núcleo de Curitiba do Proyecto Cultural Sur/Brasil.

Imponderável

Nas teias etéreas do vento
pequenos nadas absorvidos
pelo silêncio dos gestos

talvez sejam acanhados pássaros
talvez queixumes escondidos
em transparente granizo

ou quem sabe uma melodia
murmurada à memória

ou a eurritmia da natureza
a esvair-se feito suspiro
brando.

**
Cristina Leite Goetten é jornalista, formada em Piano Clássico, poeta e declamadora -membro do Movimento Poético Nacional (SP). É vice-presidente da Academia de Letras e Artes de Paranavaí, onde ocupa a Cadeira nº 8 e tem por patrono o músico violinista italiano Carlo Cagnani. É responsável pelo Departamento Artístico e de Divulgação da Casa Cultural. Trovadora associada à União Brasileira de Trovadores – UBT e coordenadora da Delegacia de Paranavaí. Membro honorário do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais – InBrasCI, sediado no Rio de Janeiro e coordenadora da Representação Distrital do InBrasci-PR. Nasceu em Campinas (SP) e reside em Paranavaí (PR).

ROSA PÚRPURA

Rosa púrpura que arde minh’alma
Revelando antigas feridas
Fecundando um rio de sangue
e o brotar das folhetas insanas

Revoada de contritos, sabidos,
mortos, soltos a desvelar
a matilha de cães indormidos
que sem tino, vitória alcançam

Rosa púrpura também não sobreviveu
afundou, desmanchou, se integrou
na corrente vermelha que escoava
no lugar do rio azul da serenidade

**
Deisi Perin.- Toledana de nascença.Italiana por ascendência.Humana por herança.Ecológica por natureza.Sangue verde-amarelo.Pensamento nas nuvens e dificuldade de tirar os pés do chão.Formada em Letras, Inglês - Português pela UFPR. Professora.Participa de diversas antologias entre elas: Pó&Teias (Antologia de Poemas, crônicas e Contos, Ed.2006),Poesia do Brasil, Vol.5 (Proyecto Cultural Sur/Brasil, 2007), Poesia do Brasil, Vol.7 (Proyecto Cultural Sur/Brasil, 2008) e Poesia do Brasil, Vol.9 (Proyecto Cultural Sur/Brasil, 2009).Membro do Centro de Letras do Paraná.Participante das Oficinas de Criação Literária.Integrante do Grupo Pó&teias.

Miragem

Nos reconhecemos quando,
Num oásis
Chegamos à água,
Sedentos de nós mesmos.

Assim espelhados,
Corpo e alma,
Necessidade e desejo,
Existimos.

Transpiramos
Nossa vida escaldante
E entre miragens
Acreditamos
Em brisa e luz.

E que podemos
Nos diluir.

**
Dinair Gomes de C. Leite nasceu em Sertãozinho (SP). Trovadora, poeta, dramaturga e atriz, atuante em movimentos culturais (SP-RJ-PR). Integrou o cast pioneiro de rádio-teatro do norte do Paraná (Rádio Paiquerê – Londrina). Atuou na extinta TV Continental (RJ). Reside em Paranavaí, onde compôs as comissões julgadoras de edições do Festival de Teatro de Paranavaí, Concurso Zé Maria de Declamações e FEMUP. É conselheira do Projeto Clave de Luz da Fundação Cultural. É membro do Conselho de Desenvolvimento de Paranavaí - CODEP e atua em seu Fórum. Presidente Fundadora e Governadora do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais-InBrasCI no Paraná, Delegada do Movimento Poético Nacional em Paranavaí, fundado em 1976 (SP). Delegada da União Brasileira de Trovadores – UBT, em Paranavaí. Possui seis livros inéditos de poesias e um de trovas e haicais, e sua obra é divulgada em saraus e confrarias em Paranavaí, São Paulo, Rio de Janeiro; publicações no Bali (Itaocara- RJ), jornal “A Voz da Poesia” do MPN (SP), Revista Grande Noroeste e Diário do Noroeste (Paranavaí). É membro da Academia de Letras do Brasil – ALB/PR e membro fundador da Academia de Letras e Artes de Paranavaí, ocupa a cadeira nº 11. É relações públicas e oradora oficial da Casa Cultural.

VAZIO

O grafiteiro em sua escalada
espreita em janela povoada
e coleia para cima.

Seu spray se mistura
à sua adrenalina
e se sente consagrado
e admira sua obra
no espaço privilegiado.

Enlevado à retoca e aumenta.
Distraído, muda o pé
e do prédio despenca.

**

Eliane Martins Justi.- Natural da cidade de São Paulo - SP, atualmente vive em Curitiba - PR. É professora no ensino superior por profissão e aprendiz na arte de poetizar por pura paixão. Publicou dois livros: "Especiarias Poéticas (2005); Pedagogia e Escolarização no hospital (2010)". Conta ainda, com poemas publicados na revista da Academia Paranaense da Poesia e antologias poéticas, como por exemplo, "Idade da Rosa (2004); Poesia do Brasil (2008 e 2009); Poetas En/Cena Volume 4 (2010)”.

FEITIÇO

Mas o que é isso: magia ou bruxaria?
Sei lá! Num bom feitiço eu apostaria.
Como explicar o atiço da ousadia nua,
a parir a libido entre as curvas da lua?

Uma certa ou incerta magia invade
meu olho nu, você tão a vontade...
alegre, moleque, franco adolescente
a fazer bruxaria por toda suada mente.

Bruxo! Mil vezes bruxo – alacazan...
Deixa eu te mostrar minha veia artesã
a criar e recriar a magia em tempo e hora
cujos corpos se encontram sem demora.

Namora. O vento e o tempo segredam
as brasas que pelo asfalto enveradam,
fetiches, num brilho úmido alucinante
a encharcar de magia o amor distante.

**
Isabel Sprenger Ribas. Natural de Paranaguá atualmente reside em Curitiba - PR. Casada. Três filhos, duas noras, quatro netos. É Professora, atuou no MEC e é Técnica em Planejamento e Pesquisa do IPEA /Ministério do Planejamento/ Brasília, concursada e aposentada. Possui diversas publicações, entre as quais: Um Livro, seis idades, três mãos; Quase entre Aspas, Cheio de Reticências; Mulheres de Coragem. Efervescência em Ebulição, O Homem que Ensinou a Amar, dois últimos em fase de revisão. Durante sua trajetória literária recebeu diversas premiações e homenagens destacam-se entre estes, em 2008 o Troféu Escalada Feminina, oferecido pela Prefeitura Municipal de Curitiba, Conselho Municipal da Condição Feminina e Fundação de Ação Social e em 2010 o Troféu Reconhecimento ao Comprometimento com a Divulgação Soroptimista Internacional. Pertence a diversas entidades culturais tais como Academia Paranaense Feminina do Paraná; Academia de Cultura de Curitiba; Centro Paranaense Feminino de Cultura e Centro de Letras do Paraná, além de desenvolver atividade como voluntária Soroptimista Internacional como Secretária da Região Brasil, Biênio 2010/2012.

Urbanas Cerejeiras

Ao fundo um som de gente.
E nos olhos uma visão
que domina a alma .

Baila em mim,
saltimbanco e acrobático, um sorriso.
Com calma,
mas cheia de magia, gingado e extraordinária estripulia
nos meus olhos,
uma dança ocorre.

Em algum canto, no cérebro, se agita um guizo...

Sem senões nem agonias,
baila meu coração
nesta dança de euforia.

Unânimes, em ciranda, entrelaçadas,
a alegria
e, do meu viver,
esta momentânea magia olham.

Tanta beleza...

Dizem: Deus, só Ele! Só.
Terá criado tais flores, as da cerejeira,

obra prima eterna da natureza!

**
Kathleen Evelyn Muller é nascida em Curitiba, filha de Theobaldo e Edenil J.Müller, ambos músicos e compositores. É licenciada em Música pela FEMP, onde fez também Especialização em Musicoterapia com Habilitação em Neurologia e Terapia da Fala. E pós-graduada em Educação Especial: Deficiência Mental; possui trabalho premiado com bolsa para o exterior. Participou de muitos Seminários, Congressos; inclusive em Buenos Aires, onde cursou Psicoacústica. Sócia Fundadora da Associação de Musicoterapia do Paraná desempenhou diversas funções, inclusive como presidente. Professora lecionou: Educação Artística, Música, Inglês, Literatura Infantil e Programa de Saúde. Atuou no ensino fundamental, médio e superior. Foi coordenadora de Estágio clínico de Musicoterapia, na Clínica Neurológica do Hospital de Clínicas da UFPR, pela FEMP, do Programa de Inovações Pedagógicas e área de Ensino em equipe pedagógica de alguns Núcleos Regionais de Educação do Paraná. Musicista, maestrina, poeta, compositora e arranjadora é membro da UBC, AMTR-PR, do Centro de Letras do Paraná, da Oficina Permanente de Poesia da Academia Paranaense da Poesia e do Centro Paranaense Feminino de Cultura. Atualmente é maestrina do Coral do Programa de Qualidade de Vida na Paraná Previdência.

“RITO INDÍGENA”

No ombro do noivo estava
A minha grinalda e o véu.
Casto amor manifestava
Pureza, em lua de mel.

Toda feita de ternura,
Entre sorrisos e ais,
Triste a cena que perdura,
Foi despedir os casais!

Foi-se o tempo... Fui casada!
Mas meu voto permanece,
Mesmo que divorciada,
Pois amor jamais fenece!

Guardo meu véu de filó,
A gravata... nossa foto.
E cartões, revejo só
Com lembrança desse voto!

**
Manuel María Ramírez y Anguita. Nasci em Curitiba e fui afortunado duas vezes, primeiro, por ser curitibano e, segundo, por pertencer a uma família, cujas origens, por parte de meu pai, remontam às cidades queridas de Antonina e Morretes e por parte de minha mãe, às metrópoles de Madri e Nápoles. Como Manoel Claro, meu nome de batismo, passei a vida escrevendo sob a perspectiva do homem inteligente, mas sem muito futuro, preso a responsabilidades familiares enormes e sem tempo para mudar o meu destino. Escrevi muitos pequenos livros de poemas, reunidos em 2007 num só volume, intitulado “DE UM PASTOR DE ESTRELAS ”, publicado às minhas custas pela Editora Juruá. Os últimos poemas, escritos durante o Curso de Medicina, considerava-os derradeiros. Havia sofrido demais com a enfermidade de minha primeira esposa. Perdera o rumo depois de sua morte e, a muito custo, levava uma existência sofrível. Conheci Rosana de Fátima. O estro que dormitava entre cinzas e sombras, despertou por uma nova visão do amor, para a descoberta dele em mim. Numa manhã de domingo, há 10 anos, escrevi algumas trovas, dedicadas ao novo amor da minha vida. Manoel Claro já havia sido enterrado como poeta. Então, em homenagem às minhas origens espanholas, passei a assinar Manuel María Ramírez y Anguita, e continuei escrevendo...

Teu nome

Teu nome, o meu amor o faz tão doce,
que outra doçura que eu conheça é pouca,
como se um sensual suspiro fosse,
que se desmancha inteiro em minha boca...

No amor, exaltação assim é louca,
mas é esse amor que tanta luz me trouxe!
Trago o teu nome na cabeça oca,
que o resto das lembranças acabou-se!

Sussurro, falo, penso, como em prece,
que o poeta, amargurado, hoje carece
de milagres, de luzes, de romance...

E assim, teu nome, o mantra em que me abrigo,
põe a noção da vida ao meu alcance,
não no som, mas no amor com que eu o digo!

**

Valéria Borges da Silveira. Natural de Curitiba reside na Lapa – Paraná. É filha de Maria Inês e Luiz Carlos Borges da Silveira, tem uma filha. É graduada em Administração com habilitação em Comércio Exterior e pós-graduada em Direito, em Gestão Empresarial e em Gestão, Orientação e Supervisão Escolar. Atualmente é Secretaria Municipal de Cultura da Lapa, Vice-Presidente Conselho Municipal da Mulher da Lapa – PR, Presidente Associação Literária Lapeana, Presidente Comissão de Cultura da BPW, Idealizadora e Coordenadora da UTIL – Universidade da Terceira Idade da Lapa e Coordenadora do Projeto CRIANÇAS.COM. Participa de diversas antologias além de possuir diversas publicações solo entre elas: “Rastos”- (Poesias, 2000) e em Versão em Braille – 2005. Lapa, Tropas e Tropeiros: Caminhos da História (2006) em co-autoria com Maria Inês Borges da Silveira e “Tantos Eus” (poesia – 2007). Em seu percurso literário, obteve várias premiações. Participa de diversas entidades culturais, é coordenadora cultural Instituto Histórico e Cultural da Lapa, coordenadora geral Instituto Borges da Silveira, além de membro Centro de Letras do Paraná, do Centro de Letras de Pontal do Sul/PR, da Academia de Letras e Artes de Pato Branco-PR, Academia Cultura Curitiba, Academia Paranaense de Poesia e da Academia Paranaense Feminina de Letras

AGUA

Como uma voz que em segredo
Reza em momento de magoa,
Sai gemendo um fio d’água
Do coração do rochedo.
O sangue branco das águas...
A água correndo...
Parece a ladainha amargurada
De alguém que está sofrendo...
Água...
Sangue vivo no rio, como em artérias,
Estuante, e pelos córregos azuis, pelos veios
A fecundar o corpo vivo e esquivo da terra,
A tumultuar, no leito das areias...
Estás presente nas vasas deletérias
Onde a vida se perde,
Na decomposição do brejo verde,
Nos riachos do Brasil...
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XVIII - Congresso Brasileiro de Poesia
Projeto Poetas nas Escolas

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