sábado, 24 de março de 2012

Chico e seu riso

Com humor e arte, Chico Anysio ajudou a interpretar o Brasil.

Com o seu humor, fez o povo feliz. Com a sua arte, fez crítica social. Antes de tudo, porém, Chico Anysio ajudou a interpretar o jeito, o sotaque, o gênio brasileiro e as idiossincrasias de uma gente que se fez diversa. Parte de sua gama de personagens e tiradas foram extraídas de situações da vida cotidiana, das relações de família e do tão combatido e tão mal falado “jeitinho”, que sobressai entre as relações nas repartições e na vida política do Brasil.

Chico Anysio acaba de falecer, aos 80 anos de idade. Muitos de seus bordões cairam no gosto popular. Vários personagens seus entraram para a história do humorismo nacional. É fácil encontrar, aqui e ali, alguém que pronuncie as palavras finais da aula do “Professor Raimundo” ou de alguma passagem de “Bento Carneiro”, “Justo Veríssimo”, “Alberto Roberto”, entre muitos outras invenções.

Nascido na cidade cearense de Maranguape, na Grande Fortaleza, Chico Anysio foi um dos artistas mais criativos e completos surgidos no país. Foram cerca de sessenta anos dedicados a criar e a recriar os tipos e as caricaturas que levar alegria para todas as pessoas.

Desde o ano de 2010, o comediante vinha enfrentando dificuldades em sua saúde, chegando a permanecer até 110 dias intenrando em um hospital. Chico Anysio permaneceu no Centro de Tratamento Intensino (CTI) de uma unidade hospitalar carioca desde dezembro do ano até o seu falecimento.

Chico Anysio iniciou a sua trajetória no Rádio Guanabara, no Rio de Janeiro, na década de 1940, desempenhando as funções de ator de rádio e comentarista esportivo. No período das “chanchadas”, uma década depois, começou a escrever roteiros e peças, além de atuar em algum filmes. Estreiou na televisão na extinta TV Rio, no ano de 1957.

A história deste artista se confunde com a própria trajetória da televisão brasileira. Nas emissoras em que trabalhou, Chico Anysio atuou ao lado de referências da cultura nacional, entre eles, Paulo Gracindo, Grande Otelo, Costinha, Agildo Ribeiro, Renato Corte Leal e muitos outros. Nesses anos todos, contabilizou muitos papeis ou atividades de dublagem em filmes, além de ter formado muitos outros artistas, que iniciaram a carreira orientados ou encaminhados por Chico Anysio.

Parte de sua atividade criativa foi conduzida também para as artes plásticas, chegando a elaborar algumas exposições de seus trabalho, e para a literatura, alcançando 21 livros editados.

Chico Anysio dizia que conviver é a arte de conceder. Em sua passagem marcante pela vida, este artista concedeu muito riso e alegria ao povo brasileiro, ajudando, certamente, a promover a convivência por meio da arte.
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(Guatá/Paulo Bogler/(Com informações da Folha.com)

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