Isabel Sprenger Ribas. Abril de 2011
¬Gosto muito de estilo que possui minha amiga, escritora e companheira de algumas instituições literárias, a querida Vera Buck. Recentemente, ao perguntar sobre alguma nova publicação sua, disse-me em poucas palavras que no momento produzia um livro sobre a Empresa que foi de sua família por muitos anos. E passamos a outro assunto, naquele momento. Algum tempo depois me surpreendo com a delicadeza de uma entrega em minha casa, presente perfeito para alguém que como eu aprecia a boa leitura. Um livro!
Ao retirar o cuidadoso invólucro que a protegia, toquei naquela capa como se fosse uma jóia. De dimensões maiores que as usuais, todo cinza, possui imponente simplicidade. E lá estava o Título:
Climaterm. A Trajetória de Uma Empresa. (Vera A. Buck).
Devo confessar que não sabia, anteriormente, que ela se referia a esta indústria. Aos poucos é que fui desvendando o motivo de seu orgulho, expresso em cada uma das linhas que produziu seu intelecto privilegiado.
Acredito que não havia um único paranaense que não conhecesse os produtos da Climaterm, fundada a partir de 26 de Janeiro de 1957 por dois técnicos de origem alemã. Esta sociedade, quase exatamente um mês depois, 27 de Fevereiro, contaria com o ingresso do Engenheiro Renato Pimenta, marido de Vera, hoje falecido.
A fineza e profundidade com que a história de uma indústria é tratada são surpreendentes. Os detalhes minuciosos deste trabalho de pesquisa, em abordagem aprofundada e, ao mesmo tempo fluída em sua continuidade, assombram já desde as primeiras palavras.
Vera, apenas com seu nome, adorável nome, simples assim, apresenta à Maria Augusta e Maria Fernanda e seus descendentes, o fruto de um trabalho que ela intitula não só da “trajetória de uma empresa, mas a de uma vida”.
Seguem os agradecimentos, genuínos em sua importância, dando perfeita dimensão da colaboração daqueles que se aceitaram compor o projeto de Vera para dar-lhe ainda mais brilho pelas fotografias da Climaterm ainda hoje existentes, cedendo-as e organizando-as.
Suas palavras, neste item de seu livro, são comoventes:
“E, finalmente, aos participantes desta peça Climaterm, que durante 48 anos permaneceu em cartaz, e mesmo ao apagar das luzes e fechar da cortina, continuou iluminada!”
Quanto aos Esclarecimentos, quem conhece Vera e preocupa-se em desvendar sua personalidade tão expressiva, haverá de se divertir com o humor subjetivo com que ela dá direção às suas palavras ao dizer que o histórico em questão inclui fatos e narrativas verdadeiras. Diz ainda não poder deixar de mencionar seu próprio ponto de vista, uma vez que foi uma das “coadjuvantes do elenco”.
E termina explicando que sempre que aparecer o asterisco, será ela “falando”...
Homenageia aos fundadores, Im Memoriam e entre esses, o seu marido, Renato Böemer Pimenta. Cabe aqui sobre isto um comentário. Sempre que se refere a ele, salienta seu elevado limiar de inteligência e a sua personalidade privilegiada.
A partir daí, no Capítulo Inicio. 1957, é relatada a história desta Empresa que, certamente, vincou com marcas indeléveis o progredir da cidade de Curitiba e, mais tarde, também fora de seus limites.
Eu seguiria estabelecendo comentários e avaliando com prazer as muitas interpretações que Vera dá aos fatos ocorridos e constantes desta sua obra...
Resta-me, porém, difundir o valor desta pesquisa histórica para que outras pessoas sintam o mesmo prazer que senti na rememoração deste expressivo período em nossa Capital.
Climaterm, A Trajetória de Uma Empresa encerra suas páginas com o atrativo Currículo de Vera Buck.
Encerro este texto agradecendo à minha companheira, em nome de minha família, o livro encaminhado e mais uma vez, enaltecendo a representatividade desta sua recente produção.
Isabel Sprenger Ribas
Academia Feminina de Letras do Paraná, Cadeira 29;
Academia de Cultura de Curitiba, ACCUR;
Centro de Letras do Paraná, CLPR e
Centro Paranaense Feminino de Cultura, CPFC
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