quinta-feira, 5 de maio de 2011

Poesia, por Dária Farion

AS MÃOS DE MAMÃE

De mãos dadas o primeiro passo eu dei
Num chão semovente cai, em mãos seguras me amparei
Cai outra vez, e muitas vezes ainda mas sempre próximas
As mãos de mamãe encontrei.

Experienciamos e eu cresci. Fui...
Pés tão pequenos, universo tão gigante,meu espaço conquistar.
Mas aquela forte/fragil sombra sempre me seguiu. E
Nessa endorfina, em taças de cristal as vitórias brindou.

A vida passou e em sentido inverso a escalada traçou.
Mamãe ao topo chegou, deixei para trás seus passos lentos,
Troquei de mãos, troquei de andanças;
De mãos dadas com a amada, a mãozinha da filhinha:que magia!

Mamãe era a flor presente no perfume da saudade, nas cartas apaixonadas.
O telefone tocou e uma voz gemeu: filho, preciso de você...corri, corremos,
Já da porta os gemidos ouvi. Fragil de mãos estendidas me esperava
Sem palavras, nossos olhares marejados se cruzaram.

Aconchegeuei ao meu peito meu fardo precioso
Ao hospital levei.
Poucas/longas noites de vigilia:
Minha velhinha amada Partiu.

Dária Farion

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