Por Ana Carolina Coelho
Para os escritores, mais que um novo suporte para seus escritos, a Internet revelou-se um território de experimentação, com dinâmicas próprias de expressão, divulgação, leitura e comercialização. Dentre as ferramentas surgidas, uma que ganhou destaque foi o formato blog, que transforma o escritor em seu próprio editor. Uma pesquisa que vem sendo realizada para o doutorado em Comunicação Audiovisual da Universidade de Salamanca tem como propósito analisar estas questões da literatura na rede. A partir dos blogs de conteúdo literário (hospedados nos domínios Blogger e Wordpress), são levantadas interessantes reflexões sobre as intercessões entre literatura, mídia digital e copyleft.
O objetivo desta pesquisa é analisar como a Internet se tornou um novo suporte comunicativo, tanto de produção como de destribuição de conteúdos para autores que mantém blogs literários e como estes autores acreditam que devem ser tratados os direitos de autor no ciberespaço. Afinal, o sistema clássico de edição ainda permanece como o veículo predileto para a publicação de material literário?
Se publicar é tornar algo público, com o alcance da Internet isto nunca foi tão real: hoje podemos tornar uma obra pública em todas as partes do mundo em apenas alguns segundos. A interação que acontece através do sistema de comentários presentes nos blogs ou em comunidades de redes sociais que discutem temas relacionados ao meio são um exemplo do que o teórico Henry Jenkins denomina de cultura participativa: uma cultura com relativamente baixas barreiras para a expressão artística, com um forte apoio a criação e ao seu intercâmbio. Desta forma, coloca-se a questão: como produzir dentro de um território livre por natureza e seguir pensando a partir de conceitos de autoria e de produção como foi feito até a chegada da Internet? O certo é que devemos pensar em um novo equilíbrio entre a liberdade individual e os direitos de autor.
A discussão que propomos nesta investigação apresentará dados significativos a respeito da literatura digital produzida atualmente no Brasil: o que pensa a nova geração de criadores literários que começaram sua carreira em meio a uma revolução midiática e social provocada pelas novas tecnologias de informação? Com os dados reunidos neste estudo, construiremos uma série de parámetros de medida para avaliar as possíveis implicações desta revolução no processo de publicação e distribuição da produção literária contemporânea.
Vivemos em meio a uma revolução cultural e ainda não podemos prever os efeitos derivados da mesma. Sabemos no entanto que as tecnologias de comunicação não conduzem apenas a novas formas de manifestação da cultura, mas também a redefinição da cultura mesma, uma vez que entendemos que a revolução midiática inclui também uma revolução social.
Ana Carolina Coelho é doutoranda em Comunicação na Universidade de Salamanca, Espanha, e realiza tese sobre literatura e blogs e direitos de autor no ciberespaço.
E-mail: olcoelhope@hotmail.com
Fonte: Portal Cronópios
Para os escritores, mais que um novo suporte para seus escritos, a Internet revelou-se um território de experimentação, com dinâmicas próprias de expressão, divulgação, leitura e comercialização. Dentre as ferramentas surgidas, uma que ganhou destaque foi o formato blog, que transforma o escritor em seu próprio editor. Uma pesquisa que vem sendo realizada para o doutorado em Comunicação Audiovisual da Universidade de Salamanca tem como propósito analisar estas questões da literatura na rede. A partir dos blogs de conteúdo literário (hospedados nos domínios Blogger e Wordpress), são levantadas interessantes reflexões sobre as intercessões entre literatura, mídia digital e copyleft.
O objetivo desta pesquisa é analisar como a Internet se tornou um novo suporte comunicativo, tanto de produção como de destribuição de conteúdos para autores que mantém blogs literários e como estes autores acreditam que devem ser tratados os direitos de autor no ciberespaço. Afinal, o sistema clássico de edição ainda permanece como o veículo predileto para a publicação de material literário?
Se publicar é tornar algo público, com o alcance da Internet isto nunca foi tão real: hoje podemos tornar uma obra pública em todas as partes do mundo em apenas alguns segundos. A interação que acontece através do sistema de comentários presentes nos blogs ou em comunidades de redes sociais que discutem temas relacionados ao meio são um exemplo do que o teórico Henry Jenkins denomina de cultura participativa: uma cultura com relativamente baixas barreiras para a expressão artística, com um forte apoio a criação e ao seu intercâmbio. Desta forma, coloca-se a questão: como produzir dentro de um território livre por natureza e seguir pensando a partir de conceitos de autoria e de produção como foi feito até a chegada da Internet? O certo é que devemos pensar em um novo equilíbrio entre a liberdade individual e os direitos de autor.
A discussão que propomos nesta investigação apresentará dados significativos a respeito da literatura digital produzida atualmente no Brasil: o que pensa a nova geração de criadores literários que começaram sua carreira em meio a uma revolução midiática e social provocada pelas novas tecnologias de informação? Com os dados reunidos neste estudo, construiremos uma série de parámetros de medida para avaliar as possíveis implicações desta revolução no processo de publicação e distribuição da produção literária contemporânea.
Vivemos em meio a uma revolução cultural e ainda não podemos prever os efeitos derivados da mesma. Sabemos no entanto que as tecnologias de comunicação não conduzem apenas a novas formas de manifestação da cultura, mas também a redefinição da cultura mesma, uma vez que entendemos que a revolução midiática inclui também uma revolução social.
Ana Carolina Coelho é doutoranda em Comunicação na Universidade de Salamanca, Espanha, e realiza tese sobre literatura e blogs e direitos de autor no ciberespaço.
E-mail: olcoelhope@hotmail.com
Fonte: Portal Cronópios
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