A Londrina mítica de Ohara, por Annalice Del Vecchio.
Ganhador de cinco troféus, curta de Rodrigo Grota é registro poético da vida do fotógrafo Haruo Ohara a partir de suas próprias fotografias. Simone Spoladore é premiada como melhor atriz
O documentário Contestado – Restos Mortais, de Sylvio Back, que viveu por três décadas em Curitiba, foi elogiado pela crítica, mas não foi lembrado na noite de premiação do 38.º Festival de Cinema de Gramado, realizada no último sábado.
Apesar disso, o Paraná saiu carregado de troféus, em boa parte graças ao curta londrinense Haruo Ohara, de Rodrigo Grota, que retrata em belíssimas imagens em preto e branco flagrantes do cotidiano do fotógrafo nipo-brasileiro Haruo Ohara, que viveu em Londrina entre 1933 e 1999.
Só de Kikitos, foram três: melhor filme, dividido com o singelo curta baiano Carreto, de Marília Hughes e Cláudio Marques; melhor direção e melhor fotografia. Levou ainda os prêmios Aquisição do Canal Brasil e Cidade de Gramado de melhor filme.
Uma realização do núcleo de cinema Kinoarte, com patrocínio do Ministério da Cultura, Haruo Ohara foi tão premiado em Gramado quanto foram os demais filmes que compõem a Trilogia do Esquecimento, que inclui ainda Satori Uso (2007), sobre um poeta japonês (que nunca existiu), e Booker Pittmann (2008), sobre o jazzista norte-americano que passou uma temporada obscura na Londrina dos anos 50. “São filmes de ficção, mas foram construídos com abordagem totalmente documental. Isso causa uma confusão saudável no público”, diz Grota, que desde a semana passada frequenta Curitiba a cada duas semanas para dar aulas de Direção na Escola de Cinema da CineTVPR/FAP.
A “confusão” talvez ocorra porque os três filmes tiveram como inspiração as imagens de uma Londrina mitológica feitas pelo pioneiro Haruo Ohara e reelaboradas pelo experiente diretor de fotografia Carlos Ebert (O Bandido da Luz Vermelha). O cineasta, que se diz um apaixonado pela bruma densa, o céu visto em 360º e a terra vermelha de Londrina, também fotografou o longa curitibano em fase de finalização Circular, dos diretores Alysson Muritiba, Adriano Esturilho, Bruno de Oliveira, Fábio Allon e Diego Florentino.
Diante do desafio de retratar a vida absolutamente pacata deste agricultor e fotógrafo, Grota optou por uma abordagem poética e subjetiva. O espectador vê as cenas do cotidiano familiar de Haruo, como a de crianças brincando ou comendo, sob a ótica da criação do próprio fotógrafo.
A Trilogia do Esquecimento será reunida em DVD, com previsão de lançamento em dezembro, contendo os três filmes, making of e cenas cortadas. Com patrocínio da prefeitura de Londrina, terá distribuição gratuita em cineclubes e instituições culturais e educacionais.
A atriz curitibana Simone Spoladore, presente em três longa-metragens exibidos nesta edição do Festival de Gramado, foi eleita melhor atriz pelo júri oficial por sua atuação no longa Não Se Pode Viver sem Amor, do chileno radicado no Rio de Janeiro Jorge Durán.
Ela dá delicadeza à Roseli, uma jovem do interior que viaja para o Rio de Janeiro à procura de um homem que a abandonou e ao filho dele, Gabriel (Victor Navega Mota). Simone também aparece na comédia Elvis & Madona, do carioca Marcelo Laffitte, exibido na destacada Mostra Panorâmica, e nas encenações do documentário O Último Romance de Balzac, de Geraldo Sarno (vencedor dos prêmios de melhor direção de arte e prêmio especial do júri). Fonte: Gazeta do Povo
Ganhador de cinco troféus, curta de Rodrigo Grota é registro poético da vida do fotógrafo Haruo Ohara a partir de suas próprias fotografias. Simone Spoladore é premiada como melhor atriz
O documentário Contestado – Restos Mortais, de Sylvio Back, que viveu por três décadas em Curitiba, foi elogiado pela crítica, mas não foi lembrado na noite de premiação do 38.º Festival de Cinema de Gramado, realizada no último sábado.
Apesar disso, o Paraná saiu carregado de troféus, em boa parte graças ao curta londrinense Haruo Ohara, de Rodrigo Grota, que retrata em belíssimas imagens em preto e branco flagrantes do cotidiano do fotógrafo nipo-brasileiro Haruo Ohara, que viveu em Londrina entre 1933 e 1999.
Só de Kikitos, foram três: melhor filme, dividido com o singelo curta baiano Carreto, de Marília Hughes e Cláudio Marques; melhor direção e melhor fotografia. Levou ainda os prêmios Aquisição do Canal Brasil e Cidade de Gramado de melhor filme.
Uma realização do núcleo de cinema Kinoarte, com patrocínio do Ministério da Cultura, Haruo Ohara foi tão premiado em Gramado quanto foram os demais filmes que compõem a Trilogia do Esquecimento, que inclui ainda Satori Uso (2007), sobre um poeta japonês (que nunca existiu), e Booker Pittmann (2008), sobre o jazzista norte-americano que passou uma temporada obscura na Londrina dos anos 50. “São filmes de ficção, mas foram construídos com abordagem totalmente documental. Isso causa uma confusão saudável no público”, diz Grota, que desde a semana passada frequenta Curitiba a cada duas semanas para dar aulas de Direção na Escola de Cinema da CineTVPR/FAP.
A “confusão” talvez ocorra porque os três filmes tiveram como inspiração as imagens de uma Londrina mitológica feitas pelo pioneiro Haruo Ohara e reelaboradas pelo experiente diretor de fotografia Carlos Ebert (O Bandido da Luz Vermelha). O cineasta, que se diz um apaixonado pela bruma densa, o céu visto em 360º e a terra vermelha de Londrina, também fotografou o longa curitibano em fase de finalização Circular, dos diretores Alysson Muritiba, Adriano Esturilho, Bruno de Oliveira, Fábio Allon e Diego Florentino.
Diante do desafio de retratar a vida absolutamente pacata deste agricultor e fotógrafo, Grota optou por uma abordagem poética e subjetiva. O espectador vê as cenas do cotidiano familiar de Haruo, como a de crianças brincando ou comendo, sob a ótica da criação do próprio fotógrafo.
A Trilogia do Esquecimento será reunida em DVD, com previsão de lançamento em dezembro, contendo os três filmes, making of e cenas cortadas. Com patrocínio da prefeitura de Londrina, terá distribuição gratuita em cineclubes e instituições culturais e educacionais.
A atriz curitibana Simone Spoladore, presente em três longa-metragens exibidos nesta edição do Festival de Gramado, foi eleita melhor atriz pelo júri oficial por sua atuação no longa Não Se Pode Viver sem Amor, do chileno radicado no Rio de Janeiro Jorge Durán.
Ela dá delicadeza à Roseli, uma jovem do interior que viaja para o Rio de Janeiro à procura de um homem que a abandonou e ao filho dele, Gabriel (Victor Navega Mota). Simone também aparece na comédia Elvis & Madona, do carioca Marcelo Laffitte, exibido na destacada Mostra Panorâmica, e nas encenações do documentário O Último Romance de Balzac, de Geraldo Sarno (vencedor dos prêmios de melhor direção de arte e prêmio especial do júri). Fonte: Gazeta do Povo
O filme “Haruo Ohara” (PR, fic, cor e p&b, 16 min, 35mm, 2010), uma realização da Kinoarte, também foi selecionado para o 21º Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum, que será realizado na capital paulista entre 19 e 27 de agosto. Fica a nossa torcida pelo sucesso do curta!
Foto: Carlos Ebert
Foto: Carlos Ebert
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